A brasileira Fátima Boustani, ferida junto com seus dois filhos em um bombardeio no sul do Líbano no sábado, 1º de junho, está internada em estado grave num hospital de Tiro, no sul do Líbano. Segundo fontes do Itamaraty, ela precisa de transferência para Beirute, mas suas condições de saúde não permitem o traslado.
Dos dois filhos, a menina tem o estado de saúde mais delicado e o menino mais novo inspira menos cuidados.
Uma tentativa de transferência deve ocorrer na segunda-feira, 3.
O marido de Fátima, Ahmad Aidibi, mora no Brasil e ela vive em Saddekke, no Líbano com os quatro filhos do casal. No momento do bombardeio, duas das crianças estavam na casa da avó.
A cidade onde a brasileira mora com os filhos está numa área de confronto entre o Exército de Israel e a milícia xiita libanesa Hezbollah.
Ainda não há confirmação de onde veio o disparo, apesar de a imprensa libanesa atribuí-lo aos israelenses.
Em abril, o governo israelense reivindicou bombardeios na região que mataram dois comandantes do Hezbollah. Neste sábado, integrantes do grupo abateram um drone israelense em território libanês, além de terem lançado foguetes contra uma instalação militar de Israel.
<b>Itamaraty condena bombardeio</b>
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota sobre o caso. “O governo brasileiro manifesta sua indignação e condena o bombardeio de ontem, dia 1°, em Saddikine, no Sul do Líbano, que resultou em ferimentos em três cidadãos brasileiros”, afirma o comunicado.
A nota diz que os feridos estão sendo tratados, mas não revela o estado de saúde. “Todos estão recebendo tratamento no Hospital Libanês Italiano, em Tiro.”
Segundo o ministério, “o episódio ocorreu no contexto de ataques das forças armadas israelenses no Sul do Líbano e do Hezbollah no Norte de Israel. A Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os familiares e com a equipe médica e presta o apoio consular”.
A nota pede respeito aos direitos humanos. “O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes.”
Diante da escalada de tensão, a Embaixada do Brasil em Beirute aconselhou os cidadãos brasileiros cuja permanência no Líbano não seja essencial a considerarem deixar o país até que a situação normalize.
Além disso, enfatizou a importância de seguirem as instruções de segurança das autoridades locais, adotarem medidas de precaução adicionais e evitarem áreas como o sul do Líbano e proximidades da fronteira.