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Brasileirão ultrapassa número de 80 estrangeiros; veja lista e destaques

A chegada de Cristian Pavón e Arturo Vidal ao Atlético-MG e ao Flamengo, respectivamente, além do retorno de Rómulo Otero ao Brasil, agora para defender o Fortaleza, ampliaram nesta semana para 82 o número de estrangeiros em ação na atual edição do Brasileirão. A marca se aproxima do recorde de 84 da edição de 2020 e supera o ano passado, que contou com 75.

A Argentina aparece no topo da lista com 20 representantes, distribuídos por 13 das 20 equipes da competição. Uruguai (16), Colômbia (14), Paraguai (8), Equador (7), Chile (4), China (3), Venezuela (2), Ucrânia (2), Itália (2), Portugal (2), Coreia do Sul (1) e Estados Unidos (1) são os outros países que figuram na lista.

Vale lembrar que dos 82 estrangeiros na elite do futebol brasileiro, oito nasceram em território nacional, mas adquiriram outra nacionalidade. Éder (Itália), André Anderson (Itália) e João Moreira (Portugal), no São Paulo; Ricardo Goulart (China), no Santos; Júnior Moraes (Ucrânia), no Corinthians; Aloísio (China), no América-MG; Marlos (Ucrânia), no Athletico-PR; Chico Kim (Coreia do Sul), no Juventude, são alguns exemplos.

Até o momento, o destaque entre os estrangeiros atua há muito tempo no Brasil. Trata-se de Arrascaeta, do Flamengo. O uruguaio tem média de nota de 7,58 por jogo, segundo avaliação do Sofascore, site especializado em estatísticas.

O <b>Estadão</b> montou um Top 10 da competição com base nessas notas. Atual líder, o Palmeiras tem o zagueiro paraguaio Gustavo Gómez (7,29) como destaque. A lista ainda tem Stiven Mendoza (Ceará: 7,27), Jhon Arias (Fluminense: 7,21), Nacho Fernández (Atlético-MG: 7,19), Robert Arboleda (São Paulo: 7,18), Victor Cuesta (Botafogo: 7,17), Carlos de Pena (Inter: 7,14), Jonathan Calleri (São Paulo: 7,13) e Eduardo Vargas (Atlético-MG: 7,11).

É importante ressaltar que, em 2013, por equipe, no máximo três atletas estrangeiros poderiam participar da partida. No entanto, junto ao presidente Fabio Koff, o então diretor executivo do Grêmio, Rui Costa, que atualmente está no São Paulo, protocolou um pedido para que a Confederação Brasileira de Futebol ampliasse o limite para até cinco jogadores em campo ao mesmo tempo. Os clubes podem ter no elenco um número ilimitado de estrangeiros.

O advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo, explica que o Brasil se tornou um mercado bastante atrativo para os jogadores. "Há um interesse muito grande dos jogadores sul-americanos pelo Brasil. O Campeonato Brasileiro hoje apresenta um alto nível de competitividade. A estrutura dos clubes, e dos estádios, está cada vez melhor, e esses fatores são levados em consideração pelos atletas."

Para o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, o mercado sul-americano se tornou uma solução para o fato de que os jogadores brasileiros estão deixando o País cada vez mais cedo. "É uma nova fonte para a captação de atletas. Além do fato de que em países como Argentina, Colômbia e Uruguai, a qualidade técnica e as condições financeiras se enquadram com o pretendido por uma Série A."

Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, adota discurso similar ao explicar o motivo para contratar estrangeiros. A equipe gaúcha conta com quatro gringos, sendo três nacionalidades. Dois argentinos (Fabrício Bustos e Gabriel Mercado), um uruguaio (Carlos de Pena) e um americano. "Acredito que isso se deve muito pelo fato de que, nos últimos anos, houve um crescimento muito grande na qualidade técnica desses jogadores. Podemos observar essa evolução dentro de campo e fora dele".

TREINADORES
Fora das quatro linhas, também é fato que o futebol brasileiro tem atraído treinadores estrangeiros. Eram oito técnicos até esta quinta-feira, antes de o Santos demitir o argentino Fabián Bustos, sendo quatro portugueses (Abel Ferreira, António Oliveira, Luís Castro e Vítor Pereira), três argentinos (Antonio Mohamed, Juan Pablo Vojvoda e Bustos, agora desempregado) e um paraguaio (Gustavo Morínigo).

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, elogia o comportamento de Vojvoda, que chegou ao clube no ano passado. "Ele propôs uma metodologia diferente que levou o time a competir de maneira mais agressiva e a lutar por posições com grandes equipes do futebol brasileiro." O Fortaleza não repete a campanha da temporada passada neste Brasileirão, mas o time tem futebol para deixar a lanterna da competição.

Há exemplos de técnicos estrangeiros, no entanto, que não conseguem se adaptar ao futebol brasileiro. No começo de junho, Paulo Sousa, treinador do Flamengo, não suportou uma sequência negativa de resultados e do tamanho da pressão e foi demitido. Bustos, no Santos, também começa a conviver com essa pressão causada pela falta de resultados. O time da Vila foi eliminado da Copa Sul-Americana em casa nesta quarta.

"Normalmente, o técnico estrangeiro vem acompanhado de uma comissão que, assim como ele, sente esta mudança de país e cultura. É muito importante que os clubes consigam fazer com que os treinadores se sintam confortáveis e bem recebidos, além de oferecer um tempo necessário para uma adaptação", afirmou Júnior Chávare, profissional com larga experiência no futebol e que trabalhou no Atlético-MG, São Paulo e Grêmio.

<b>Confira o top 10 dos estrangeiros do Brasileirão:</b>

Arrascaeta(7.58)
Gustavo Gómez (7.29)
Stiven Mendoza (7.27)
Jhon Arias (7.21)
Nacho Fernández (7.19)
Robert Arboleda (7.18)
Victor Cuesta (7.17)
Carlos de Pena (7.14)
Jonathan Calleri (7.13)
Eduardo Vargas (7.11)
*Notas do site Sofascore

<b>Veja todos os estrangeiros no Brasil:</b>

Athletico-PR: 8
David Terans – URU
Nicolás Hernández – COL
Pablo Siles – URU
Bryan Garcia – EQU
Tomás Cuello – ARG
Marlos – UCR
Orejuela – COL
Agustín Canobbio – URU

São Paulo: 8
Andrés Colorado – COL
André Anderson – ITA
Robert Arboleda – EQU
Emiliano Rigoni – ARG
João Moreira – POR
Eder – ITA
Jonathan Calleri – ARG
Gabriel Neves – URU

Palmeiras: 6
Gustavo Gómez – PAR
Benjamín Kuscevic – CHI
Joaquín Piquerez – URU
Eduard Atuesta – COL
Miguel Merentiel – URU
"Flaco" Lopez – ARG
Técnico: Abel Ferreira-POR

Fortaleza: 7
Valentín Depietri – ARG
Ángelo Henríquez – CHI
Silvio Romero – ARG
Bryan Ceballos – COL
Anthony Landázuri – EQU
Rómulo Otero – VEN
Emanuel Brítez – ARG
Técnico: Juan Pablo Vojvoda – ARG

Atlético-MG: 5
Junior Alonso – PAR
Nacho Fernández – ARG
Matiás Zaracho – ARG
Eduardo Vargas – CHI
Cristian Pavón – ARG
Técnico: Antonio Mohamed – ARG

América-MG: 5
Orlando Berrio – COL
Germán Conti – ARG
Raul Cáceres – PAR
Juan Pablo Ramirez – COL
Aloísio – CHINA

Santos: 5
Carlos Sánchez – URU
Rodrigo Fernandez – URU
Bryan Angulo – EQU
Jhojan Julio – EQU
Ricardo Goulart – CHINA

Fluminense: 5
German Cano – ARG
Mário Pineida – EQU
Jhon Arias – COL
Michel Araújo – URU
Alan – CHINA

Internacional: 4
Fabrício Bustos – ARG
Gabriel Mercado – ARG
Johnny – EUA
Carlos de Pena – URU

Red Bull Bragantino: 4
César Haydar – COL
Leonardo Realpe – EQU
Kevin Lomónaco – ARG
Emiliano Martínez – URU

Botafogo: 4
Gatito Fernández – PAR
Joel Carli – ARG
Renzo Saravia – ARG
Cuesta – ARG
Técnico: Luís Castro – POR

Coritiba: 4
Adrian Martínez – ARG
Guillermo de los Santos – URU
Matías Galarza – PAR
Pablo Garcia – URU
Técnico: Gustavo Morínigo – PAR

Corinthians: 4
Rafael Ramos – POR
Víctor Cantillo – COL
Júnior Moraes – UCR
Bruno Méndez – URU
Técnico: Vítor Pereira – POR

Juventude: 3
Isidro Pitta – PAR
Chico – COREIA DO SUL
Óscar Ruiz – PAR

Cuiabá: 3
Juan Ojeda – PAR
Christian Rivas – VEN
Kelvin Osorio – COL
Técnico: António Oliveira – POR

Flamengo: 3
Giorgian de Arrascaeta – URU
Arturo Vidal – CHI
Richard Ríos – COL

Ceará: 2
Stiven Mendoza – COL
Jhon Vásquez – COL

Atlético-GO: 1
Diego Churín – ARG

Avaí: 1
Ayrton Cougo – URU

Goiás: Nenhum

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