Grupos de brasileiros que moram nos Estados Unidos divulgaram carta aberta com acusações sobre irregularidades em zonas eleitorais do país no primeiro turno da votação brasileira, em 2 de outubro.
As organizações apontam situações como violência verbal, ameaças, intimidação e agressão física por parte de apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PL) e tentativa de atrasar o acesso de fiscais eleitorais. Também acusam transporte irregular de eleitores financiado por igrejas locais e ocorrências de fotografias dentro da sala de votação, ambas práticas proibidas pela lei eleitoral. Segundo a carta, as situações ocorreram principalmente nas regiões de Miami, Orlando e Nova York.
Os grupos solicitam que, no segundo turno, as autoridades responsáveis "tomem todas as medidas ao seu alcance para assegurar o livre exercício do direito ao voto". Também pedem ampliação do número de observadores e forças de segurança nas seções eleitorais.
A carta é assinada pelo Comitê Defend Democracy in Brazil, Rede dos Estados Unidos pela democracia no Brasil e outros coletivos locais. As organizações afirmam que o documento foi endereçado aos consulados brasileiros nos EUA, ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), responsável pelas eleições no exterior.
O TSE informou que ainda não recebeu a carta. O TRE-DF recebeu nesta sexta, 21, e está tomando ciência do teor.
Nos EUA, o resultado da votação do primeiro turno foi parecido com o do Brasil. O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu 47,1% dos votos válidos e o presidente Jair Bolsonaro recebeu 41,6%.