A maioria dos brasileiros concorda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve pressionar o Banco Central (BC) a reduzir a taxa de juros, mas, em contrapartida, grande parte deles também acredita que a economia tende a piorar nos próximos três meses. Essas são as principais conclusões divulgadas neste domingo, 2, por pesquisa Datafolha.
Segundo o levantamento, a maior parte dos brasileiros segue a mesma opinião do Lula em relação à atual taxa de juros no Brasil, definida pelo Banco Central. Para 71% dos entrevistados, ela está mais alta do que deveria. Uma parcela de 17% acredita que ela está adequada, outros 5% defendem que ela está mais baixa do que deveria. A taxa dos que não souberam responder foi de 6%.
Desde que assumiu a Presidência, Lula tem feito duras críticas a política monetária conduzida pelo Banco Central e à gestão de Roberto Campos Neto. Para o presidente, não "tem explicação" a taxa básica de juros estar elevada. "O problema não é de banco independente. O problema é que este País tem uma cultura de juro alto", disse em fevereiro em discurso na cerimônia de posse do novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.
O levantamento ainda mostra que 80% dos brasileiros afirmam que Lula tem agido bem ao pressionar o Banco Central para diminuir a taxa de juros. Para 16%, ele tem agido mal. Os que não sabem somam 4%.
Mas a pesquisa Datafolha também mostra que houve crescimento no porcentual de brasileiros que afirmam acreditar em uma piora da economia do País nos próximos meses. Atualmente, 26% dos entrevistados tem essa impressão – há 3 meses, na rodada anterior feita em dezembro, esse valor era de 20%.
Houve também queda entre os entrevistados que contam com uma melhora da situação econômica brasileira: 46% nessa ultima rodada, três pontos porcentuais do patamar de dezembro, de 49%. A parcela de entrevistados que acredita que o País deve continuar como está é de 26%, ante 28% há 3 meses.
O levantamento Datafolha entrevistou 2.028 pessoas nos dias 29 e 30 de março. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos e a taxa de confiança da pesquisa é de 95%.