Três dias depois do terremoto que matou 5 mil pessoas no Nepal, brasileiros presos no país tentam se recuperar do drama vivido no fim de semana. A voluntária Camile Guarino Porto, de 28 anos, conta que teve tempo apenas de se jogar no chão para se proteger.
“Ouvi minha mãe gritar: corre que é terremoto. Não deu tempo de descer para o térreo, só de me jogar no chão. Balançava tudo e muita coisa caiu em cima de mim, mas graças a Deus não me machuquei seriamente”, disse Camile, que é natural de Aracaju (SE), mora há 11 anos em São Roque, e estava havia cinco meses na capital do país asiático.
Ela viajou para ajudar a mãe, que mantém uma organização não governamental (ONG) de acolhimento a crianças órfãs ou rejeitadas e de apoio a mulheres naquele país. Seu filho Gilvan Gabriel, de 6 anos, havia ficado com o pai em São Roque e, depois do terremoto, sua preocupação foi contatar os familiares no Brasil – ela tem ainda três amigas que considera como irmãs na cidade.
“Depois que tudo aconteceu eu só queria falar com eles, dizer que estava viva, estava bem. Felizmente consegui mandar uma mensagem de áudio”, contou. “A todo instante a terra treme, dizem que vai continuar assim por 30 dias. Como a casa ficou bastante danificada, eu, minha mãe e todo pessoal da ONG estamos dormindo em barracas no lado de fora.”
Alpinismo
O alpinista cearense Rosier Alexandre, que também estava no Nepal, disse estar bem e sem ferimentos após a avalanche que se seguiu ao tremor no Monte Everest, o qual ele tentava escalar ao lado do filho David. Os dois estão descendo a montanha e devem retornar a Katmandu nos próximos dias.
“Neste momento estou em ambiente seguro, diferente dos que estive nos últimos dias”, escreveu o alpinista. “Na hora da avalanche, todos estávamos em pânico, escutávamos varias avalanches e sequer sabíamos identificar de onde vinham.” (colaborou Carmem Pompeu, especial para AE)