O cliente brasileiro é tão importante para o mercado imobiliário da Flórida que existem no Estado dezenas de imobiliárias e corretores especializados em atender executivos e empresários dispostos a comprar uma propriedade na região. Uma das mais famosas é a Elite International, comandada por Léo e Daniel Ickowicz, pai e filho.
Eles viraram uma e referência não só em relação à compra de imóveis, mas também consultores informais sobre os procedimentos necessários para quem quer se estabelecer em Miami ou Orlando – destinos preferidos dos brasileiros. “Eu recebo uns cinco a sete e-mails por dia de pessoas que querem morar aqui”, diz Daniel.
Ao contrário do que ocorre em outros países, como Portugal, a simples aquisição de um imóvel nos Estados Unidos não dá ao brasileiro o direito de viver e trabalhar no país. O valor mínimo a ser investido para garantir pelo menos um visto temporário é de US$ 100 mil.
Considerando o dólar próximo de R$ 4, um investidor brasileiro precisa de um patrimônio de pelo menos R$ 2 milhões, na opinião de Daniel, para se estabelecer na região sem enfrentar problemas com a imigração. “Não aconselharia ninguém a vir ilegalmente, a viver uma vida underground, em que não se pode ter nem carteira de motorista”, diz o diretor de vendas da Elite. “Acho que o primeiro passo para quem quer realmente vir para cá é consultar um advogado de imigração. O processo não é muito simples.”
Sabático
Os Ickowicz migraram para os Estados Unidos para um “sabático”. A família morava no Rio de Janeiro e era dona de uma agência de turismo famosa na época, a Sky. Em 1990, o sócio de Léo foi sequestrado. O empresário, então com 40 anos, decidiu que era hora de levar a família para respirar outros ares. A ideia inicial era voltar – 25 anos depois, porém, pai e filho continuam em solo americano.
Hoje, o escritório da Elite tem cinco funcionários e 80 corretores associados. Depois de surfar a onda da aquisição de casas pelos brasileiros de classe média alta nos tempos de dólar baixo, agora quer atrair clientes realmente endinheirados para a compra de imóveis comerciais com garantia de aluguéis para grandes corporações. “É um jeito de dolarizar o investimento com um rendimento melhor do que a renda fixa aqui, que paga 1% ao ano.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.