A gestora canadense Brookfield está perto de fechar a compra do controle da Odebrecht Ambiental, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Fontes próximas às negociações afirmaram que as conversas avançaram bastante nos últimos dias e que o processo está passando pelos últimos ajustes.
O negócio envolve apenas a parte da Odebrecht na subsidiária, de 70%. O restante deve continuar com o FI-FGTS, sócio na companhia de concessões públicas de água e esgoto, tratamento de reúso de água e resíduos.
No total, a Odebrecht Ambiental tem 26 ativos espalhados por Brasil, México e Angola. Em 2014, último dado disponível, a empresa faturou quase R$ 2 bilhões. Procuradas, as duas empresas não quiseram comentar o assunto.
Nesta semana, a Odebrecht anunciou a venda de 57% da concessão rodoviária Rutas de Lima para a própria Brookfield. Ao contrário do que ocorria há alguns anos, em que o apetite do conglomerado baiano era no sentido de ampliar os negócios, hoje as vendas de ativos são prioritárias para reduzir o pesado endividamento do grupo, de cerca de R$ 90 bilhões.
A empresa de saneamento é apenas um vários dos ativos colocados à venda pela Odebrecht, grupo envolvido na Operação Lava Jato, que investiga corrupção em contratos da Petrobras.
Desde que o presidente do conglomerado, Marcelo Odebrecht, foi preso há um ano, a situação financeira da empresa se deteriorou. Com vários compromissos firmados, dívida elevada e sem acesso a crédito, a alternativa para dar fôlego ao caixa da companhia tem sido a venda de ativos.
Outros ativos da companhia, como empresas de mobilidade, como Linha 4 – Amarela, do Metrô de São Paulo, estão em negociações. A empresa poderá reduzir participações em empreendimentos de logística, como o terminal de contêineres Embraport, na Baixada Santista, e o Aeroporto do Galeão, no Rio, além de empreendimentos imobiliários, que reúnem cerca de R$ 1,5 bilhão em ativos.
Energia
Outro importante negócio à venda é a Santo Antônio Energia, concessionária que administra a Hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira.
Há cerca de dez dias, executivos da empresa viajaram para a China para negociar com grupos locais a participação de 28% da Odebrecht na usina, afirmam fontes próximas à companhia. “Não basta vender alguns ativos, mas tirar do seu balanço as empresas que estão altamente endividadas”, disse outra fonte.
É o caso da Odebrecht Agroindustrial, que deve concluir nos próximos dias a renegociação – entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões – de parte de sua dívida. A solução envolve bancos nacionais – público e privado – e estrangeiros, afirmou uma fonte. Esse é um ativo considerado mais complicado para ser vendido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.