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Bruna Marquezine fala da carreira iniciada na infância

Muitas são as crianças que iniciam a carreira artística na TV ou no cinema, mas nem todas conseguem fazer a transição para a fase adulta com bons papéis. No meio desse caminho, há quem acabe desistindo ou não consiga tão bons personagens quanto tinha na infância. Esse não é o caso da atriz Bruna Marquezine. Nascida em Duque de Caxias, no Rio, Bruna despontou aos 7 anos, interpretando a sofrida Salete, em sua primeira novela na TV, Mulheres Apaixonadas (2003), de Manoel Carlos. Com a forte carga dramática de sua personagem – a garota não sabia quem era seu pai e teve a mãe morta vítima de bala perdida -, a então atriz mirim, com rosto meigo e longos cabelos cacheados, roubou a cena. Hoje, aos 21 anos, ela é uma das protagonistas da série Nada Será Como Antes, exibida às terças, na Globo, como a sensual Beatriz, e poderá ser vista no longa Rio-Santos, de Klaus Mitteldorf, em 2017.

Bruna concorda que a pré-adolescência e a adolescência são fases difíceis para se encontrar um bom papel. “Você não vê muitos produtos com personagens para adolescentes, pré-adolescentes, só quando esse produto é destinado para esse público. Então, às vezes, é difícil ter uma boa oportunidade. Dei sorte de conseguir trabalhar nessas fases. Mas cada caso é um caso. Depende muito das oportunidades, das escolhas, da determinação, dos encontros”, diz a atriz, em entrevista, por telefone, do Rio.

Bruna Marquezine, de fato, conseguiu emendar bons papéis. E foi crescendo diante dos olhos do telespectador. Depois da repercussão de sua Salete, ela viveu a menina cega Maria Flor em América, de Gloria Perez, em 2005; e Lurdinha, em Cobras & Lagartos, de João Emanuel Carneiro, em 2006. Na adolescência, fez na sequência: Flor de Lys, em Negócio da China; Terezinha, em Araguaia; e Belezinha, em Aquele Beijo. E foi em Salve Jorge (2012), outro folhetim de Gloria Perez, como Lurdinha, que o público percebeu que Bruna tinha crescido – e virado um mulherão.

Para Bruna, Lurdinha foi um personagem especial, assim como seus papéis nas novelas Em Família, em 2014 – porque foi seu reencontro com Manoel Carlos e teve ali chance de viver a Helena do autor na segunda fase -, e I Love Paraisópolis, em 2015. E, claro, sem esquecer de Salete, de Mulheres Apaixonadas. Bruna confessa que, por ser muito nova na época da novela, são poucas as cenas das quais tem memória. “Mas, pelos relatos da minha mãe, tudo para mim sempre foi prazeroso, e criança leva tudo com uma leveza. Eu sabia onde começava e terminava a Salete, não confundia. Acho que é muito mais fácil trazer a história de um personagem para minha vida hoje do que quando criança”, observa. “Foi corajoso tanto da parte do Manoel Carlos (autor) quanto do Ricardo (Waddington, diretor-geral) terem confiado numa criança que não tinha experiência.”

Antes ser escalada para Mulheres Apaixonadas, a menina Bruna tinha feito comerciais e integrou o elenco do programa infantil Gente Inocente, apresentado por Márcio Garcia. “Comecei a trabalhar na Globo com 5 anos.” E não parou mais. Agora, a personagem da vez de Bruna é a atriz Beatriz, uma mulher à frente de seu tempo na série Nada Será Como Antes – que tem como cenário o início da TV brasileira, nos anos 1950.

A bela, que começa a trama como dançarina de cabaré, se envolve com os filhos de um rico empresário, Otaviano (Daniel de Oliveira) e Julia (Letícia Colin) – e essa mulher livre se apaixonada pelos dois. Com direito a cenas de sexo e de nudez da atriz que repercutiram nas redes sociais. Essas cenas foram um desafio? “Isso nunca foi uma questão para mim. O personagem é o desafio e não a nudez ou qualquer outra coisa do gênero. A Beatriz foi um mergulho muito profundo”, responde.
“Confesso que não me achava madura, mulher o suficiente para fazer uma mulher como a Beatriz. No início, eu ainda estava bem insegura, mas acho que todo ator espera uma oportunidade dessa, de ter chance de surpreender o público e se surpreender.”

Nada Será Como Antes será exibida até dia 20 de dezembro, mas as gravações chegaram ao fim há meses. No começo de novembro, a atriz voltou ao Brasil após duas semanas visitando refugiados sírios no Líbano e na Jordânia. Contando com o apoio do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, e da ONG brasileira IKMR (I Know My Rigths), ela foi aos campos de refugiados de Zaatari e Azraq (na Jordânia) e a assentamentos urbanos nas imediações de Beirute e no norte do Líbano. Bruna conta que se envolveu com a causa após receber o convite de Viviane Reis, fundadora da IKMR, para apresentar um dos shows do coral da ONG, formado só por crianças refugiadas. “Fiquei muito impactada, comecei a me envolver. Falei que eu queria vivenciar isso, poder aprender, para dividir com as pessoas, já que tenho um alcance. Eu queria muito ter oportunidade de conhecer o trabalho de outras organizações, ver de que maneira posso ajudar, e o que a gente ainda pode melhorar no nosso País, o que já está sendo feito em outros países para tentar trazer para cá.”

Sobre os boatos de que teria reatado com o craque Neymar, a atriz preferiu não falar sobre o assunto. E como ela lida com o interesse que se tem em relação à sua vida pessoal? “Entendo que é uma consequência do meu trabalho e também que tenho o direito de manter minha vida pessoal preservada. E é assim que tento seguir.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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