O cineasta Bruno Barreto, presidente da comissão que escolheu o filme Pequeno Segredo para representar o Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar, falou nesta terça-feira, 13, com o jornal “O Estado de S. Paulo” sobre a tensão criada desde a divulgação da escolha. Ele afirmou estar arrependido por não ter cancelado a reunião com os membros do comitê. “Eu me arrependo por não ter pedido o cancelamento ao saber que teríamos duas pessoas faltando. Isso teve influência no resultado final.” Bruno se refere à ex-secretária de Cultura do Rio, Adriana Rattes, e à diretora Carla Camurati.
Apesar da colocação, ele diz achar que o resultado foi legítimo. “As pessoas são capacitadas, conhecem cinema, e o processo foi liso. Está havendo um preconceito com o resultado, um não vi, não gostei.” Uma prévia na definição do escolhido, segundo Bruno, estava com quatro votos para Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, quatro para Pequeno Segredo, de David Schürmann, e um pendendo para Nise – O Coração da Loucura, de Roberto Berliner. No desempate, o voto de Nise foi para Pequeno Segredo (Bruno prefere não revelar seu voto).
O diretor rebateu as acusações de represália a Aquarius, de Kleber Mendonça. “Não existiu pressão política, o ministro da Cultura (Marcelo Calero) adorou Aquarius.” E seguiu: “Não adianta votarmos no filme em que gostamos mais. Precisamos saber que existe um padrão de produção que funciona para o olhar estrangeiro.” Se Pequeno Segredo tem chances? “Ele tem melodrama, criança, aids. Não sei se será o melhor, mas tem elementos.” O diretor disse ainda ter sido dispensado do encontro com a imprensa para o anúncio do filme escolhido, realizado na segunda, 12, por Sylvia Bahiense, do MinC, quando já estava a caminho.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.