O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), decidiu pedir licença de 30 dias do cargo para dar continuidade ao tratamento contra um câncer no sistema digestivo que começou em novembro de 2019. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o médico David Uip, que acompanha o tratamento de Covas, afirmou que o motivo do afastamento são reações adversas que o prefeito pode enfrentar. “Ele precisa se dedicar ao tratamento, que pode levar a reações adversas, como náuseas e vômitos. É um tratamento pesado. Por isso achamos melhor que ele se afaste.”
Covas voltou a ser internado ainda neste domingo, 2, no hospital Sírio Libanês para fazer exames e dar continuidade à quimioterapia e à imunoterapia. Esta internação estava prevista para acontecer na segunda, 3.
O médico Tulio Pfeiffer, que também integra a equipe médica que acompanha Covas, relatou que esteve de manhã na casa do prefeito conversaram sobre o pedido de licença. “Ele mesmo preferiu tirar uma licença de 30 dias para se dedicar ao tratamento. Mencionou que não estava com a produtividade esperada e nem a que a cidade merecia.”
Com o afastamento do Covas, quem assume a Prefeitura é seu vice Ricardo Nunes (MDB). O ofício com o pedido de afastamento será enviado nesta segunda, 3, à Câmara, para aprovação.
“Desde que recebeu o diagnóstico da enfermidade, Covas adotou total transparência em respeito à população”, diz a Prefeitura, em nota. “Com o surgimento de novos focos, o prefeito de São Paulo precisará de dedicação integral ao tratamento e entende que não será compatível com as suas responsabilidades e compromisso com a cidade e os paulistanos.”
O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), informou que assim que notificado dará publicidade ao pedido de licença médica e comunicará o vice-prefeito que passa a responder pelo comando da cidade. Segundo Leite, o processo é meramente formal, não havendo necessidade de qualquer tipo de aprovação pela Casa.
Covas teve alta médica na terça, 27, após passar 12 dias no hospital. Ele vem sendo atendido com um protocolo que inclui tanto quimioterapia quanto imunoterapia, e o prognóstico é que siga ambos os procedimentos com aplicações dos medicamentos em sessões 48 horas de duração, a cada duas semanas.
O prefeito vinha despachando do quarto onde esteve internado. A alta do dia 27 estava prevista para dias antes. Porém, durante os exames de rotina, os médicos haviam identificado um acúmulo de líquidos no abdômen e ao redor de seus pulmões, decorrente de uma inflamação causada pelos tumores que atingem seu fígado – além de cinco pontos da doença no órgão, ele também tem um tumor nos ossos da bacia e outro nos da coluna vertebral.