Nenhum brasileiro chegou tão perto da vaga olímpica pelos Jogos Pan-Americanos de Toronto quanto Bruno Heck. Militar de carreira de 29 anos, o gaúcho ficou em quinto na final da carabina de três posições, neste domingo, depois de ser quarto colocado na carabina de ar 10 metros e quinto na carabina deitado. Bateu na trave em três tentativas de se classificar para a Olimpíada ou de sequer repetir o pódio conquistado em Guadalajara, com um bronze na carabina três posições.
Isso porque, das nove vagas que a Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF), só uma foi para as provas masculinas de carabina, nas que o Brasil tem melhores resultados recentes. A credencial foi para a carabina deitado, prova na qual Cassio Rippel conquistou a medalha de ouro.
Assim, apesar de Heck ter feito três finais no Pan, todas valendo vaga olímpica, ele por enquanto está fora dos Jogos do Rio, uma vez que Cassio deverá ser o beneficiado pela vaga que conquistou atirando – o convite deixa de ser necessário.
A última oportunidade para o gaúcho se classificar para a Olimpíada é a etapa de Gabala (Azerbaijão) da Copa do Mundo de Tiro Esportivo. Lá, estarão em jogo duas vagas na carabina três posições e na carabina de ar e três na carabina deitado. Caso consiga se classificar para uma prova, pode competir no Rio em todas as três.
O tiro esportivo se divide em três disciplinas. Se foi mal no tiro ao prato, o Brasil saiu-se muito bem nas seis provas masculinas de carabina e pistola, com três medalhas de ouro e uma de prata. Julio Almeida ganhou a pistola 50 metros e Felipe Wu a pistola de ar 10 metros. Emerson Duarte faturou a prata na pistola de tiro rápido 25 metros e Cassio Rippel o ouro na carabina três posições. As únicas provas que o Brasil não foi ao pódio foram as que Bruno Heck falhou na final, com um quarto e um quinto lugares.
Assim, o Brasil teve, de longe, o seu melhor desempenho na história do tiro esportivo nos Jogos Pan-Americanos. Desde que o programa foi reduzido para conter apenas as provas olímpicas, em 1999, o Brasil havia conquistado apenas uma medalha de ouro em três edições do Pan: com Ana Luiza Mello, em Guadalajara, em 2011.
Bruno Heck vinha de bronze em Guadalajara na carabina três posições. Na final deste domingo, ele era o segundo colocado até a terceira rodada de tiros (o último colocado de cada rodada é eliminado), mas foi despencado de posições até ser eliminado em quinto. A única vaga olímpica na prova ficou com o cubano Reynier Estopianan.
TIRO AO PRATO – No skeet, Renato Portela foi apenas o 23.º entre 27 atletas e ficou longe da final. Nas provas de tiro ao prato, o Brasil teve Rodrigo Bastos em 13.º na fossa olímpica e Luiz Fernando Graça em sexto na fossa double. O problema é que as vagas olímpicas foram dadas para as provas em que o País tem seu pior resultado. Na fossa double, os brasileiros ainda disputam quatro vagas olímpicas, sendo duas na Copa do Mundo de Gabala e duas no Mundial de Lonato (Itália).
Para as mulheres, o Pan não foi bom. Em seis provas, as brasileiras ficaram quase sempre na metade de baixo da zona de classificação, muito longe da disputa por medalhas. A única exceção foi Janice Teixeira, quinta colocada na fossa olímpica feminina. Nesta prova o Brasil tem vaga olímpica.