O BTG Pactual reduziu de 1,25 ponto porcentual para 1 ponto porcentual sua expectativa ao corte da taxa básica de juros (Selic) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa nesta terça-feira, 30, e termina na quarta, 31.
Em relatório assinado pelo economista-chefe da instituição, Eduardo Loyo, o BTG cita o noticiário político das últimas semanas, quando a delação da JBS colocou em risco o mandato do presidente Michel Temer (PMDB) e o futuro das reformas. A evolução dos fatos na política complicou seriamente o cenário macroeconômico, em especial a perspectiva sobre a política monetária, conforme a análise do BTG.
Para o BTG, um corte de 1,25 ponto porcentual numa única reunião, o que seria um marco na história do Copom, tornaria mais difícil para o colegiado mostrar ao mercado que tem uma postura de cautela em suas decisões. Por outro lado, uma decisão mais conservadora, com corte de 0,75 ponto porcentual, ao invés do 1,25 ponto porcentual esperado anteriormente, iria longe demais ao reforçar o aperto nas condições monetárias.
Embora tenha revisto a previsão sobre a decisão do Copom nesta semana, o banco
manteve a projeção que indica a Selic em 8,25% no fim do ciclo de afrouxamento monetário, previsto para outubro. A justificativa é que, antes mesmo de a crise política estourar, a estimativa era mais conservadora do que as das demais casas.
Conforme as previsões do banco, o ritmo de cortes na Selic deve cair para 0,75 ponto porcentual nas reuniões do Copom em julho e setembro, seguido por um último corte de 0,5 ponto porcentual em outubro.