Após o decreto de pandemia de coronavírus da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a recomendação das unidades de saúde e das administrações públicas para que as pessoas fiquem em casa, as pequenas empresas têm sido as mais afetadas na nova rotina do brasileiro. Em Guarulhos, comerciantes, como donos de buffet, temem pelo futuro após nítida queda na procura e cancelamento de serviços agendados.
O GuarulhosWeb conversou com três representantes do ramo de organização de festas da cidade e, deles, apenas um ainda não sentiu de fato o impacto do Covid-19. Com três unidades, o Meleca informou à reportagem que, por enquanto, continua recebendo interessados, mas ponderou que há preocupação com o momento e que devem deixar uma pausa em aberto sem atividades.
O Farras e Folias, localizado no Centro de Guarulhos afirmou que as vendas de pacotes caíram no período de paralisação e, embora não tenha cancelamentos, eventos de março e abril estão sendo adiados para novas datas com os contratantes.
No bairro do Paraventi, o Paris Buffet passa por situação parecida a do concorrente e a administradora, Teresinha Dotto, lamentou a queda dos pedidos. “Meus eventos foram todos cancelados neste mês e já avisei os clientes sobre possíveis cancelamentos em abril. Estou com medo, pois perdi festas que estavam com orçamento engatilhado, todas para mais de 200 convidados”, explicou a proprietária.
Apesar da situação crítica, a empresária entendeu a situação e ponderou que a ocasião pede precaução aos pequenos empreendedoras. “É momento de cautela e atenção. Nesta hora vemos a importância do fluxo de caixa e o quão o controle financeiro das empresas e as reservas são vitais. Infelizmente a maioria das pessoas não têm reserva e passarão dificuldades”, completou Teresinha.
O governo federal anunciou duas medidas para reduzir os efeitos econômicos relacionados à pandemia do coronavírus nas micro e pequenas empresas. A primeira delas trata do adiamento da parte da União no recolhimento do imposto do Simples Nacional, pelo período de três meses, o que vai corresponder a uma renúncia temporária de R$ 22,2 bilhões. A medida vai beneficiar aproximadamente 4,9 milhões de empresas, que são optantes do regime tributário, e o pagamento dos impostos será adiado para o segundo semestre deste ano.
A segunda medida será a liberação de R$ 5 bilhões pelo Programa de Geração de Renda (Proger), mantido com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A quantia será repassada aos bancos públicos para que eles concedam empréstimos voltados a capital de giro das micro e pequenas empresas.