O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, maior economia da Europa, deverá encolher menos do que se previa anteriormente em 2023, uma vez que a queda nos preços de energia levou a inflação a desacelerar, embora a recessão dos meses de inverno signifique que o país está apenas "arduamente" se recuperando do choque econômico da pandemia de covid-19, segundo relatório do Bundesbank, como é conhecido o banco central alemão.
No documento, publicado nesta sexta-feira, 16, o Bundesbank prevê que o PIB alemão terá contração de 0,3% este ano. Em dezembro, sua projeção era de declínio de 0,5%.
Por outro lado, o Bundesbank agora espera crescimento menor em 2024 (de 1,2%) e 2025 (de 1,3%). As previsões anteriores eram de 1,7% e 1,4%, respectivamente.
A economia alemã encolheu 0,3% no primeiro trimestre de 2023, após um declínio de 0,5% no último trimestre de 2022, o que significa que entrou em recessão técnica, à medida que a inflação alta prejudicou o consumo e os investimentos. Em 2022 como um todo, a Alemanha teve expansão de 1,9%.
"A economia alemã ainda está lidando com as consequências da inflação alta. Isso vem reduzindo o poder de compra dos cidadãos", disse o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, no relatório.
Segundo Nagel, a inflação está diminuindo, mas a Alemanha ainda está longe de uma situação de tranquilidade.
Os últimos dados da agência alemã de estatísticas Destatis mostraram que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) alemão desacelerou para 6,1% em maio, ante 7,2% em abril.
A meta de inflação do Banco Central Europeu (BCE), que na quinta-feira, 15, elevou seus juros em 25 pontos-base, é de 2% no médio prazo.