Manifestantes contrários ao golpe militar em Burkina Faso continuam a protestar neste sábado no centro de Ouagadougou, capital do país, enquanto líderes internacionais tentam negociar uma saída para a crise política. O governo de transição foi deposto na quinta-feira, quando o general Gilbert Diendere invadiu uma reunião do governo e prendeu o presidente em exercício e o primeiro-ministro.
Na ocasião do golpe, militares atiraram contra civis que participavam de um protesto e mataram pelo menos seis pessoas. Neste sábado, porém, o Exército diminuiu sua presença nas ruas da capital e manifestantes se uniram em barricadas e gritaram palavras de ordem contra o golpe.
O líder do Exército, o general Pingrenoma Zagre, emitiu uma declaração hoje em que condena a violência contra os civis e pede para que soldados ajam “com profissionalismo”. O militar também pede que a população “confie nas forças armadas” para solucionar a crise política.
O golpe interrompeu o processo de 12 meses de transição que se iniciou após a queda do presidente Blaise Compaore, derrubado em uma revolta popular. Eleições estavam marcadas para o dia 11 de outubro, mas Diendere, que pertencia à cúpula de Compaore, disse que está cedo demais para o movimento democrático.
O presidente do Senegal, Macky Sall, é um dos líderes internacionais que negocia uma resolução pacífica para o impasse e tem se reunido com aliados e oponentes do regime de Compaore. Sall também se encontrou com o líder do governo de transição, Michel Kafando, que foi libertado da custódia militar na sexta-feira. Em seus esforços diplomáticos, porém, Sall afirmou que ambos os lados mostram pouca disposição em negociar. “Há uma falta de diálogo crítica entre os lados e isso afetará negativamente a união e coesão nacional”, alertou. Fonte: Associated Press.