O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta sexta-feira, 7, em depoimento à Justiça, que terá início na segunda-feira um debate em Brasília sobre as obras no Estado que apareceram sob suspeita nas investigações do Ministério Público Federal (MPF), como a reforma do Maracanã. As discussões vão envolver o Ministério da Transparência.
O peemedebista disse ter recebido a confirmação do ministro da Transparência, Torquato Lorena Jardim, sobre o início do seminário que fará o debate na segunda-feira.
“Há dois meses pedi ao Ministério da Transparência, à Caixa Econômica Federal e ao Ministério das Cidades que fizessem um grande encontro de trabalho onde colocaríamos todos nossos técnicos à disposição da CGU (Controladoria Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União)”, afirmou à 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
O governador depôs como ouvinte chamado pela defesa do ex-governador Sérgio Cabral.
De acordo com o peemedebista, o pedido teve início depois que “começaram a sair relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, que teria informações sobre irregularidades nas obras. Um dos documentos citados por Pezão foi o que apontou superfaturamento na construção da Linha 4 do metrô do Rio, alvo de uma recente operação da Lava Jato no Rio.
“Pedi a esse grupo de trabalho para mostrarmos as diferenças que podem ter entre tribunais e as tabelas que usamos. Esse debate começa na segunda-feira em Brasília”, disse.
No depoimento, Pezão negou ainda a cobrança de valores indevidos por Cabral nas obras do Estado à época em que era secretário. Perguntado, se alguma vez Cabral mencionou ou se ele testemunhou a cobrança de valores indevidos em relação a obras citadas nas investigações, como Arco Metropolitano, PAC das Favelas ele disse: “Nunca”.
Também negou ter tido conhecimento de que Cabral teria interferido na escolha de alguma empresa vencedora de licitação. “Nunca”, reafirmou.
O depoimento de Pezão durou pouco mais do que 10 minutos. Ontem, ele depôs para o juiz Sérgio Moro, em outro processo em que Cabral é réu na Lava Jato. Ele foi secretário de Obras do governo Cabral de 2007 a 2010, também foi vice-governador.