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Caça-Fantasmas original foi escrito para Bill Murray

Dan Aykroyd sempre contou como o Caça-Fantasmas original surgiu como projeto dele para selar definitivamente a parceria com John Belushi. Ambos haviam colhido um êxito considerável com The Blues Brothers/Os Irmãos Caras de Pau, mas aí, você sabe, Belushi morreu de overdose e as coisas pararam por certo tempo. Quando retomaram a escrita, Harold Ramis e Aykroyd já pensavam tanto num papel para Bill Murray que meio que se esquecera, de escrever para eles próprios. Do trio original de The Ghostbusters, de 1984, Murray é quem tem as melhores cenas e piadas.

Nem por isso seu personagem é consistente. Peter Venkman é um jerk que passa pelo filme meio lunático, disparando piadas, muitas inconvenientes, contra tudo e todos. Não é um personagem muito agradável, mas é pouco provável que o longa dirigido por Ivan Reitman tivesse virado aquele êxito fenomenal sem ele. Muito justamente – os números de Os Caça-Fantasmas. O filme faturou US$ 291 milhões nos EUA, mais US$ 50 milhões com a venda dos direitos para o teatro. Foi a segunda maior bilheteria do ano, atrás somente de Um Tira da Pesada, de Martin Brest, com Eddie Murphy, e à frente, por exemplo, de Indiana Jones e o Templo da Perdição, de Steven Spielberg, segundo da série com Harrison Ford.

Em 2000, Os Caça-Fantasmas foi votado pelos leitores da revista Total Film como 44.ª entre as 100 melhores comédias de todos os tempos. No mesmo ano, outra pesquisa, do American Film Institute, colocou o filme em 28.º entre as 100 melhores e, em 2005, o IGN (Imagine Games Network) colocou Os Caça-Fantasmas no topo, como melhor comédia de todos os tempos. Pense em quem você quiser. Das antigas – Charles Chaplin, Buster Keaton, Irmãos Marx. Das contemporâneas – Woody Allen, Nanni Moretti. Pense nas eternas – Billy Wilder, Billy Wilder, Billy Wilder. Não tem para ninguém. A comédia mais engraçada é Os caça-fantasmas.

Jura? O filme é sobre três professores de parapsicologia tão irreverentes que são despedidos da conceituada Universidade Columbia. No olho da rua, fundam empresa para caçar poltergeits em Nova York. Não faz o menor sentido, mas o equipamento sofisticado que desenvolvem começa a funcionar e a empresa vira um bem-sucedido empreendimento comercial. A doideira se instala de vez quando Venkman e seus amigos descobrem que a intensa atividade paranormal sobre a cidade se deve a uma entidade maligna que se apossou de Dana/Sigourney Weaver e usa o apartamento dela como portal de entrada (e saída) de fantasmas para outra dimensão. Só para lembrar. Pouco mais de uma década antes, a censura do regime cívico-militar havia proibido Zabriskie Point e até hoje há dúvida se foi pelas cenas de sexo no filme de Michelangelo Antonioni ou pela explosão de um refrigerador lotado de comidas, como símbolo do consumismo na vida norte-americana. Em 1984, em plena abertura, é curioso que, justamente o refrigerador de Dana, seja o portal em questão. No auge do nonsense, o demônio que aflige Nova York e o mundo é um gigantesco boneco de marshmallow. Mais norte-americano, impossível. Mas o público de todo o mundo aderiu e Caça-Fantasmas virou aquele êxito planetário.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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