O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, com restrições, a compra da Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), ambas da Petrobras, pelo grupo mexicano Petrotemex. Parte do plano de desinvestimentos da estatal brasileira, a operação foi anunciada no fim de 2016 por US$ 385 milhões.
O conselho condicionou a aprovação ao cumprimento de um acordo negociado com as empresas que prevê que a Petrotemex se comprometa a fornecer PTA – matéria-prima da indústria têxtil e para produção de resina PEG – sem discriminação e a preços e volumes pré-combinados para a concorrente M&G.
O Cade entendeu que a operação criaria um monopólio no fornecimento de PTA no Brasil, por isso a necessidade da restrição. A venda controlada pelo Cade se dará por um “longo período de tempo”, até a M&G encontrar outros fornecedores do produto.
Em seu voto, a conselheira relatora Cristiane Alkmin sugeriu ainda que o governo brasileiro deve reduzir as barreiras à entrada de petroquímicos como PTA e resina PET, como sobretaxas cobradas na importação. “É o momento de pensar em abrir a economia e desburocratizar. O Brasil precisa de mais concorrência”, completou. A operação foi aprovada pela maioria do conselho – apenas o conselheiro João Paulo Resende votou pela reprovação.