Economia

Cade rejeita compra da Condor Pincéis pela Tigre

Por unanimidade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou na manhã desta quarta-feira, 2, a aquisição, pela Tigre S.A. – Tubos e Conexões, da Condor Pincéis Ltda. Na avaliação do colegiado, a compra de 100% do capital social da companhia, que é hoje detida pela Condor S.A., poderia gerar alta concentração de mercado e elevação de preços.

O pedido de análise da operação foi feito em novembro do ano passado, envolvendo o negócio de pintura e acessórios do Grupo Condor, que, segundo a solicitação, visava a focar a atuação nas áreas de cosméticos e de artigos de higiene pessoal.

O parecer do Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Cade indicou que a compra poderia levar a aumento de preços. O quadro no setor é de elevadas margens de lucro e alta concentração. O conselho entendeu que a concentração ficaria ainda maior com a concretização da operação. No segmento de pincéis, por exemplo, a participação da Tigre ficaria acima de 65%, informou o relator do processo, Marcelo de Oliveira Júnior.

Na análise do caso, a superintendência geral do Cade apresentou parecer pela impugnação do pedido. A Tigre e a Condor apresentaram manifestação sobre o parecer, questionando possíveis equívocos cometidos na análise.

Em plenário, o relator votou pela não aprovação da compra. “Todos os cálculos feitos indicam que haverá aumento de preços após a concretização da operação”, disse. O voto de Oliveira Júnior foi acompanhado por todos os conselheiros presentes à sessão.

O relator afirmou ainda que manteve diálogo com as empresas, mas não foi possível chegar a um acordo. Ele ressaltou que propôs uma medida para viabilizar a operação, mas a proposta não foi considerada viável pelas companhias.

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