Variedades

Caetano lança CD e DVD com shows em família e fala de sua

Caetano Veloso passou alguns dias em São Paulo para reativar o projeto com os filhos Moreno, Tom e Zeca, chamado agora de Ofertório. A agenda o conectou com o mundo cibernético. Na terça-feira, 22, uma coletiva de imprensa foi realizada na sede do Google, em Pinheiros, São Paulo. Um dia depois, ele foi conhecer a moderna sede do Spotify, na Vila Madalena, que anuncia também para esta sexta-feira, 25, a disponibilização em seu ambiente das músicas do álbum Ofertório. O Espaço das Américas recebe Caetano e filhos para mais dois shows, hoje e amanhã (dias 25 e 26). Até a tarde de ontem, 24, havia ainda poucos ingressos para alguns setores.

Antes de uma reunião e de um pocket show que faria para os funcionários da empresa, o cantor falou com a reportagem. Aprofundando um tema que começou a tratar um dia antes, na coletiva, falou do que sente nas novas gerações ao sentar-se ao lado dos filhos. “Tem uma questão de temperamento também. Zeca tem uma exigência permanente, com a vida e música, que acabam gerando uma dicção e um vocabulário que despertam a melancolia. Mas acho mais que é um misto de ternura profunda com certo pedido de socorro dito em tom suave, eu sinto o estilo assim. Tom é mais o gosto pelas riquezas harmônicas e um certo relaxamento. E Moreno é tudo é quase uma brincadeira de criança vista por um sábio com mente científica.”

Ele foi delicado ao comparar os sonhos e engajamentos de sua geração com a dos filhos, mas traçou uma interessante linha da presença da alegria na música brasileira desde a Era do Rádio. “Eu mesmo fiquei mais famoso, cabelo grande, solto, roupas espalhafatosas, o oposto do cantor tristonho. Mas me lembro que um observador ao me ver em Buenos Aires disse que sentia em mim algo melancólico. Um traço talvez de temperamento familiar. Somos uma turma de rapazes ternos, que acompanham os sentimentos com cuidado que não é da alegria masculina comum.”

Sobre a presença de uma nova turma de compositores fornecendo letras para cantores de sua geração, disse ainda: “Isso é bom, significa que novas coisas são produzidas o tempo todo. Eu ouço muita coisa sem saber nem o que está tocando”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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