A participação de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas motociatas promovidas em São Paulo caiu na comparação com o ano passado, mostram dados do Sistema de Monitoramento de Informações de Pedágio.
O evento liderado pelo presidente nesta sexta-feira, 15, em São Paulo contou com 3.703 motos, segundo registros de pedágios da Rodovia dos Bandeirantes. O monitoramento acompanhou a movimentação de motocicletas nas praças de cobrança da Concessionária CCR AutoBan em Campo Limpo, Itupeva e Sumaré. A participação, porém, foi menor do que a de junho do ano passado, quando o sistema de pedágio da rodovia dos Bandeirantes contabilizou 6.661 veículos em um dos trechos que o grupo passou, quase o dobro.
Naquela ocasião, bolsonaristas chegaram a compartilhar que a motociata teria entrado para o Guinness Book, livro que registra recordes mundiais, ao supostamente contabilizar mais de um milhão de motocicletas – o que o Estadão Verifica provou ser falso.
No último evento, parte do grupo de motoqueiros que seguiu o presidente pagou uma taxa de inscrição de R$ 10 para a organização do evento coordenado pelo grupo "Acelera para Cristo". O pagamento, opcional, dava direito a uma "área vip" da motociata, com presença na área fechada ao lado do Anhembi.
Bolsonaro também participou de eventos do tipo em Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Em discursos realizados ao final dos eventos, o presidente chegou a defender a volta do voto impresso, a atacar membros do STF e adversários políticos, além de criticar as medidas de distanciamento social impostas para controle da pandemia.
No último encontro, criticou um acordo firmado entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o WhatsApp para adiar o lançamento de uma nova ferramenta do aplicativo no País que permite a criação de grupos com milhares de pessoas. Como resultado, o PT acionou o TSE, acusando campanha eleitoral antecipada de Bolsonaro na realização do evento.