Após ter se mostrado estável nos últimos meses, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a cair em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador recuou 0,4% na comparação com setembro, para 121,5 pontos, na série com ajuste sazonal. Em relação a outubro do ano passado, sem ajuste, a queda foi mais intensa, de 3,8%.
“Há alguns meses o grupo de Alimentos e Bebidas mostrava desaceleração no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), mas na última divulgação, referente a setembro, houve nova aceleração da inflação, com destaque para a alta no preço dos alimentos, o que influenciou os dados do ICF”, destacou a CNC, em nota. Apesar disso, o indicador permanece acima dos 100 pontos, o que indica um nível favorável ao consumo.
Em outubro, as famílias apontaram menos otimismo com a perspectiva profissional (-0,4%), compras a prazo (-0,7%) e renda atual (0,2%) do que em setembro. Mas a queda mais intensa, e que acabou determinando o recuo do ICF, foi no quesito momento para duráveis. A avaliação dos consumidores neste ponto piorou 3,9%. Por outro lado, melhoraram as opiniões sobre o emprego atual, o nível de consumo atual e a perspectiva para o consumo.
Segundo a pesquisa, 42,3% dos consumidores consideram que é um mau momento para adquirir bens duráveis, menos do que a fatia de 47,0% dos que acham que o momento é bom. “A taxa de juros para o consumidor, representada pela taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres para pessoas físicas e divulgada pelo Banco Central, atingiu, em sua última publicação, referente a julho, o maior valor desde julho de 2011, o que gera encarecimento de empréstimos e diminuição na disposição para aquisição de duráveis”, listou a CNC.
Entre as famílias com renda mensal abaixo de dez salários mínimos, a perda de confiança foi mais intensa, com recuo de 0,6% na comparação mensal. Já entre as famílias com renda acima deste patamar, o ICF subiu 0,4%. A pesquisa nacional Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é um indicador antecedente que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. O levantamento captura informações de 18 mil domicílios em todas as unidades da Federação.