O número de alunos de escola pública que entraram na Universidade de São Paulo (USP) pela Fuvest caiu em 2016. Das cerca de 10 mil vagas disponíveis no vestibular, só 30,6% – 3.121 matriculados – estudaram em escola pública no ensino médio. Em 2015, 35,1% (3.847) dos ingressantes eram da rede pública.
Este foi o primeiro ano em que a USP adotou o Enem como forma complementar de seleção. Mesmo considerando os que entraram por esse sistema, o porcentual de inclusão continua menor do que o de 2015 – no total, os estudantes ingressantes de escola pública representaram apenas 34,6% neste ano.
Já a proporção dos alunos que entraram como autodeclarados pretos, pardos e indígenas, selecionados pela Fuvest, aumentou de 18,8% (2.058), em 2015, para 21,5% (2.121) neste ano. A USP não adota cotas sociais ou raciais, mas bonificação. A universidade tem como meta ter 50% dos calouros da escola pública até 2018.
Ao usar o Enem, a universidade pretendia aumentar o nível de inclusão. Como a medida reduziu o número de alunos da rede pública, para o próximo vestibular algumas unidades da USP estão revendo a destinação das vagas. Há quase dois meses, a USP enfrenta protestos de alunos que pedem a adoção de cotas sociais e raciais. Em resposta, a USP reafirmou nota divulgada em maio, na qual o pró-reitor de graduação, Antonio Carlos Hernandes, afirmou que para 2017 serão corrigidos os “problemas operacionais” para elevar o nível de inclusão.
Cursos
Nos dez cursos mais concorridos na Fuvest, o porcentual de inclusão é ainda menor. Só em dois deles (Artes Cênicas e Engenharia Civil, em São Carlos), a proporção de alunos de escola pública foi maior do que a média. Curso mais concorrido do vestibular, Medicina em Ribeirão Preto teve apenas 24,3% de suas 90 vagas preenchidas por alunos da rede pública.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.