Com o processo de digitalização acelerado pela necessidade de operacionalizar o pagamento do auxílio emergencial, a Caixa Econômica Federal espera ter o seu banco digital pronto para ser levado à Bolsa em seis meses. A sinalização veio do presidente do banco público, Pedro Guimarães, que disse estar acontecendo conversas iniciais com o conselho de administração e o Banco Central. Assim que tiver um sinal verde, o próximo passo será a abertura de capital da unidade na bolsa norte-americana Nasdaq, berço das empresas de tecnologia, e também na B3.
Guimarães disse ainda que o banco digital está operacionalmente pronto. É uma plataforma de 105 milhões de clientes com contas e sob a coordenação da Vice-Presidência Logística e Operações, Thays Cintra Vieira. "O banco digital será o único a contar com uma estrutura como a da Caixa, de 25 mil pontos de vendas físicas, entre agências, loterias e correspondentes", afirmou Guimarães, em coletiva de imprensa.
A desenvoltura do banco digital agradou analistas. De acordo com o corresponsável de Renda Variável da Eleven, Carlos Daltozo, um dos pontos que mais chamou atenção foi o amplo processo de digitalização da instituição financeira ao longo dos últimos meses, como reflexo do pagamento do auxílio emergencial. "É muito interessante ver essa evolução", afirmou.
<b>Resultado</b>
O lucro líquido contábil da Caixa caiu 76,4% no terceiro trimestre para R$ 1,89 bilhão, refletindo as medidas do banco para mitigar os efeitos da crise pandêmica. Nos nove primeiros meses do ano, o lucro do banco público foi a R$ 7,5 bilhões, em comparação com os R$ 16,2 bilhões no mesmo intervalo do ano passado.
A Caixa emprestou mais no ano, ainda como pano de fundo a pandemia. A carteira de crédito fechou setembro com um saldo de R$ 756,5 bilhões, um aumento de 5% frente a junho. Segundo a Caixa, o número reflete, ainda, crescimento de 10,7% no saldo da carteira em relação ao terceiro trimestre de 2019.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>