Frequentadores do Theatro Municipal de São Paulo poderão estacionar os veículos nos calçadões situados próximos à Praça Ramos de Azevedo, onde se localiza o teatro, na região central da capital paulista. A liberação de vagas de Zona Azul é uma medida da Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e será válida para a programação noturna de peças e espetáculos, entre 18 horas e 2 horas.
Serão 275 vagas: 200 delas na Alameda Barão de Itapetininga e nas Conselheiros Crispiniano e Marconi, e outras 75 no entorno. Os espaços podem ser usados por meio do aplicativo Estapar, concessionária que gere a Zona Azul. As datas de liberação das vagas ainda não foram divulgadas.
O <b>Estadão</b> acompanhou parte do trabalho da pintura das marcações na calçada realizado na manhã de ontem. As vagas ficam exatamente nos calçadões onde circulam centenas de pedestres e também onde ficam montadas barracas de comércio e serviços informais. Durante o dia é quase impossível imaginar a circulação de carros por ali.
A CET justifica a medida em função da baixa circulação de pedestres no período da liberação aliada à alta demanda de vagas por estacionamento na região em dias de apresentações.
A Prefeitura alerta que a permissão para estacionamento não se estende à circulação de veículos pelo calçadão. "Haverá orientação dos condutores para que o acesso seja restrito às vagas, para o momento de chegada e saída, não sendo permitida a circulação veicular nos calçadões em nenhuma circunstância", diz comunicado do poder municipal.
A CET esclarece que as novas vagas não estão relacionadas às obras de requalificação dos calçadões do centro em andamento no chamado Triângulo Histórico, que compreende o Largo São Francisco, o Largo São Bento e a Praça da Sé.
<b>Reações</b>
Facundo Guerra, um dos empreendedores mais importantes da noite paulistana, afirma que a liberação das vagas pode compensar a escassez de estacionamentos acessíveis na região. "Suponho que (o projeto) seja positivo, desde que não impacte os pedestres. A região é carente de estacionamentos por preços acessíveis. A falta de lugar para estacionar incomoda bastante. Eu, particularmente, só vou trabalhar de Uber ou táxi."
Por outro lado, atender à demanda dos veículos é um erro histórico na visão de Rafael Calabria, coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). "Vai na contramão da legislação, seja o Plano de Mobilidade ou o Plano Diretor, que tenta desestimular o carro. Não é crime, não é ilegal usar carro, mas contraria as legislações. Teremos ainda mais trânsito no centro", afirma.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>