Calor recorde pede mais atenção e cuidados com crianças, idosos e pets

Diante do calor recorde de ontem em São Paulo, que chegou aos 37,1º C, crianças e idosos exigem cuidados especiais, além dos animais domésticos. Especialistas chamam atenção para a importância da hidratação e a necessidade do protetor solar.

É importante, também, optar por alimentação mais leve. "Convém dar prioridade ao consumo de frutas que contêm muito líquido – como melão, melancia, laranja, abacaxi e mexerica. Outros alimentos que devem ser introduzidos na alimentação diária são folhas escuras como brócolis, alface, almeirão, rúcula e couve", indica a nutricionista Rosana Ferreira Lo Mustafa Assem, que trabalha na Clínica Corpus Nutri.

Rosana tem outras dicas. "Legumes que têm muito líquido, como chuchu, abobrinha e vagem. E prioridade a peixes, frango e ovos na alimentação. Evitar alimentos ricos em sal e açúcar que inibem a hidratação, além de processados, enlatados, alimentos gordurosos, refrigerantes e bebidas alcoólicas."

Para evitar a desidratação, ela sugere o consumo de dois litros de água diariamente. "Para quem tem dificuldade de tomar água pura, uma dica é preparar água saborizada. Para isso, adicione semente de maracujá, cubos de abacaxi ou folhas de hortelã em um litro e meio de água na noite anterior ao dia do consumo. Para as crianças, podem ser oferecidos geladinhos feitos com frutas naturais, assim como gelatina sem sabor com suco natural."

Para manter a hidratação da Maria Clara, de 1 ano, a mãe Simone Franco, de 34, dá muito líquido nos dias mais quentes. "Muita água e suco natural também, e a deixo com roupas mais leves e fresquinhas. Também improviso uma banheira para ela fechando o ralo do chão do banheiro para ela brincar na água." As roupas devem ser mais leves, preferencialmente de algodão.

"Além de mais líquido, é bom dar banho com água morna e reforçar o uso do protetor solar, que deve ser aplicado 15 minutos antes de tomar sol, mesmo no quintal ou varanda da casa", aconselha Luciana Samorano, dermatologista que integra a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e trabalha no Hospital das Clínicas (HC).

Outro recurso importante é o ar-condicionado, mas seu uso exige cuidado, além de limpeza e manutenção. "É importante não deixar a umidade do ar ficar abaixo de 40%, situação comum quando chove. Uma dica é usar simultaneamente umidificadores de ar ou colocar bacias e tigelas com água nos quartos, espalhá-las pela casa.

Também se pode distribuir toalhas molhadas, em casas onde não haja ar-condicionado para refrescar o ambiente domiciliar em dias mais secos, quando a umidade do ar está baixa", orientou o pneumologista Ubiratan de Paula Santos, do Incor.

<b>Idosos</b>

O pneumologista adverte que temperaturas elevadas são prejudiciais principalmente para idosos. "Eles sofrem maior risco de desidratação, já que a percepção que têm de sede é menor. Uma dica é verificar se a língua do idoso está ressecada e se a urina está com tonalidade escura. Quem tem restrição hídrica, principalmente por causa de doenças renais ou cardíacas, precisa ter cautela e acompanhamento médico."

O especialista também recomenda que os cuidados com hidratação sejam reforçados durante a prática de exercícios físicos, com redução da intensidade em dias de muito calor, mesmo dentro de casa. Com aumento da presença de pólen em plantas e árvores na primavera, também é importante fazer a limpeza do nariz com soro fisiológico várias vezes ao dia para manter narinas hidratadas.
Algumas dicas também são úteis para os animais. Entre elas, trocar com frequência a água de beber do animal de estimação, oferecer um espaço na sombra para descansar e evitar passeios por volta de meio-dia", destaca o pneumologista.

A veterinária da Clínica Confiança Verônica Souza alerta que algumas raças de cães sofrem mais com o calor. "Cachorros braquicefálicos, que têm focinho curto, como pug e shih tzu, peludos como chow-chow, spitz e husky siberiano, e animais idosos são os que mais sofrem com os dias quentes." Uma ideia prática e simples que ela sugere é colocar um bacia em um canto e deixar que o animal se refresque – "molhando as patas e o focinho", destacou Verônica.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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