Em meio a uma sessão tumultuada pela presença dos motoristas de vans do transporte público, os chamados perueiros, que tentavam chamar a atenção dos vereadores para o caos instalado no sistema, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Stap), Pedro Zanotti, denunciou uma série de problemas que vem afetando os servidores públicos. Entre os principais está o atraso no pagamento do FGTS do funcionalismo e falta de merenda nas escolas municipais.
De acordo com Zanotti, em muitas escolas, a merenda se resume em uma porção de "sucrilhos". "Desde setembro a Prefeitura não paga o FGTS dos servidores. Com isso ela fica impedida de receber repasses do Governo Federal, pela ausência da certidão negativa de débitos. Deve ser por isso que o secretário Moacir (de Souza) está deixando de receber milhões para a Educação", afirmou Zanotti.
O discurso do sindicalista incendiou a sessão e polarizou os debates entre os vereadores da oposição e do governo. O tucano Geraldo Celestino (PSDB) acusou a Prefeitura de apropriação indébita e prometeu fiscalizar algumas escolas nesta quarta-feira. "O que vejo aqui são raposas cuidando do galinheiro", disparou Celestino, em alusão aos gestores da Secretaria de Educação.
Seus correligionários Romildo Santos e Gilvan Passos, que integra a Comissão de Educação da Câmara, afirmaram que buscarão esclarecimentos na Secretaria de Educação.
Na tentativa de defender o governo, o vereador Auriel Brito (PT) apresentou uma comparação sobre o número de crianças matriculadas e chegou a afirmar que a cidade não possui filas de espera na rede municipal. Desmentido pelo vereador Romildo Santos (PSDB), Brito foi vaiado pelo público que lotava as galerias.
Após quase duas horas de debates, a sessão foi esvaziada pelos vereadores da base governista e encerrada por falta de quorum, sem que qualquer projeto fosse votado.