Aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, órgão máximo fiscalizador dos municípios paulistas, as contas do ex-prefeito Guti (PSD) dos anos de 2022 e 2023 foram rejeitadas pela maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Guarulhos nesta segunda-feira.
Conforme antecipou o GWeb na tarde desta segunda-feira, a decisão se deu após uma manobra com finalidade política, capitaneada pela base de apoio ao prefeito Lucas Sanches (PL).
Apesar da decisão dos vereadores, que deve ter como objetivo tirar o ex-prefeito de disputas eleitorais, Guti não ficará inelegível, já que cabe recursos à decisão. A candidatura de gestores com contas rejeitadas só ocorre por irregularidades graves. No entanto, as contas foram aprovadas pelo TCE, que analisou a gestão do ex-prefeito e não encontrou ilegalidades. Desta forma, Guti não deverá encontrar dificuldades para reverter o julgamento, considerado político, e preservar seus direitos, segundo fontes jurídicas ouvidas pelo GWeb.
A votação desta segunda-feira se deu sob pressão da Prefeitura de Guarulhos, que orientou seus vereadores da base a decidir pela rejeição, após parecer produzido pelo líder de Governo, Geraldo Celestino (Mobiliza), que comanda a Comissão de Finanças da Casa. Ele não levou em consideração a aprovação final das contas de 2023, apontando exceções frisadas em apontamentos sanáveis realizados pelo TCE.
As contas de 2022, que tinham parecer favorável da própria Câmara, também acabaram rejeitadas nesta segunda-feira. Apenas 5 parlamentares, incluindo a vereadora Janete Pietá (Rede), que foi do PT até o ano passado, votaram a favor de Guti. Ela, opositora ferrenha do ex-prefeito nos oito anos dos dois mandatos, justificou seu voto em respeito à decisão do TCE, que no seu ponto de vista é técnico.
Todas as contas de Guti, entre 2017 e 2021, foram aprovadas tanto pelo TCE como pela Câmara Municipal.


