O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, tentou acabar com um dos mais sérios desafios a sua autoridade desde que assumiu o governo, depois da renúncia de um importante ministro expor as divisões dentro do Partido Conservador.
Em audiência no Parlamento, Cameron defendeu suas políticas econômicas e destacou o compromisso de ajudar os pobres. As declarações foram feitas em meio ao que muitos na mídia britânica estão chamando de guerra civil dentro do partido, em boa parte por causa da permanência do Reino Unido na União Europeia.
Os eventos tumultuosos dos últimos dias também levantam dúvidas sobre o plano de corte de custos do governo e seu principal defensor, o ministro da Economia George Osborne, que tem sido considerado um forte candidato para assumir a liderança do Partido Conservador um dia.
Iain Duncan Smith renunciou na sexta-feira ao cargo de ministro do Trabalho e das Pensões, acusando o governo de levar o aperto fiscal longe demais e classificando os cortes planejados em apoio a pessoas incapazes como indefensáveis. Duncan Smith também foi um dos seis ministros a romperem com Cameron por causa do futuro do Reino Unido na Europa, antes do referendo convocado para 23 de junho. Cameron defende a permanência do país no bloco, enquanto muitos outros integrantes do Partido Conservador querem o contrário.
No Parlamento hoje, Cameron lamentou a renúncia do ministro e defendeu sua estratégia econômica, dizendo que o Reino Unido precisa reduzir suas dívidas. O premiê também descreveu seu governo como compassivo e comprometido a melhorar o bem estar geral.
Em janeiro, Cameron – sob pressão dos chamados eurocéticos em seu partido – declarou que permitiria que os ministros fizessem campanha a favor da saída do Reino Unido da UE, se eles quisessem, sem ter seus cargos ameaçados. Embora o movimento tenha tido a intenção de reduzir as tensões no partido, também deixou o premiê em uma posição ruim, em que ele vem sendo abertamente criticado pelos ministros. Fonte: Dow Jones Newswires.