Além de levar a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre meninas venezuelanas à TV, a campanha do adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pagou por anúncios no Google para impulsionar o conteúdo nas redes sociais.
De acordo com o "Relatório de Transparência de Anúncios Políticos" do Google, que permite verificar para quais localidades do País a mensagem foi disseminada, a campanha investiu nos três maiores colégios eleitorais, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além de Estados do Nordeste. O conteúdo que teve maior visualização foi destinado a uma lista definida de municípios dessas regiões.
O vídeo impulsionado contém o mesmo conteúdo que foi ao ar na TV. A peça traz a fala de Bolsonaro em que o presidente relata ter encontrado meninas venezuelanas, de 14 e 15 anos, em uma região de Brasília e diz "ter pintado um clima". "Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, de moto. Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, no sábado, numa comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, posso entrar na sua casa?, entrei", relatou em entrevista a um podcast realizada na última sexta-feira (14).
"Você que é mãe, você que é pai, veja só o que Bolsonaro falou sobre meninas de 14 anos", diz a locutora do vídeo do PT, que em seguida traz a fala do presidente. "Pintou um clima? Com uma garota de 14 anos? É esse homem que diz defender a família?", emendou.
A equipe de advogados de Bolsonaro acionou neste domingo (16) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a campanha de Lula seja proibida de veicular o vídeo. Na peça enviada à Corte, a defesa avalia que a repercussão do material descontextualiza a declaração do presidente e transmite a "falsa ideia" de que ele "seria um pedófilo".