Estadão

Campanha para o Burger King bugado traz mais dois ouros para o Brasil

Uma campanha da rede de fast-food Burger King foi o grande destaque entre as premiações brasileiras no terceiro dia do Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade de 2022. O projeto Burger Glitch, ou Burger "bugado", levou dois Leões de Ouro nesta quarta, 22: um na categoria Mobile Lions, que premia peças publicitárias desenvolvidas para dispositivos móveis, e outro em Brand Experience & Activation, que julga as ativações que as marcas fazem diretamente com seus clientes. O <b>Estadão</b> é o representante oficial de Cannes Lions no País.

A campanha, criada pela David São Paulo, tentava atrair o público jovem com uma linguagem intimamente ligada ao universo dos games: mais especificamente, dos "bugs" que de repente aparecem na codificação dos jogos. A partir de uma ferramenta "mobile", a marca desenvolveu um jogo próprio, no qual os clientes tinham de encontrar "bugs" nas promoções do Burger King, tendo acesso a descontos ao realizar a tarefa. Além disso, a rede também enviou sanduíches "bugados" – com ingredientes trocados ou de finalização imperfeita – para influenciadores digitais, com o objetivo de reforçar o recado da campanha.

De acordo com os criadores da ideia, além de ser uma forma de atrair especialmente o público entre 18 e 25 anos, a brincadeira com os "bugs" também serviu para "celebrar a imperfeição" – uma ideia que poderá vir a ser aproveitada de outras formas na comunicação da marca.

De acordo com Edgard Gianesi, diretor executivo de criação da David São Paulo, responsável pela campanha, a relação entre a agência e o cliente é simbiótica, uma vez que ambas trabalham juntas há muito tempo: o Burger King está com a David desde que a agência foi fundada, há mais dez anos. "A gente é um grupo muito próximo de criação, produção e atendimento", diz Gianesi.

Para o publicitário, o Burger King, que sempre foi uma marca irreverente e que se posicionou de forma a desafiar o principal concorrente, o McDonald s, está passando por um amadurecimento – e o hambúrguer "bugado" mostra isso. "A marca se constrói também em cima de si mesma, buscando ser relevante também por suas próprias qualidades."

<b>Outros prêmios</b>

Com mais sete categorias tendo os vencedores revelados, o desempenho do Brasil ontem, para além do Burger King (que ainda levou um bronze em Mobile), foi discreto. Também em Mobile, a FCB trouxe um bronze para projeto para a Revista Raça. Em Brand Experience & Activation, a Africa ganhou um bronze com uma campanha para a cerveja Brahma (Ambev). Em Creative Commerce, vieram mais dois bronzes: VMLY&R/Santander e Gut/Mercado Livre.

<b>Necessidade fez Ryan Reynolds se tornar publicitário</b>

O festival Cannes Lions chegou ao seu terceiro dia com espaço para o entretenimento nos palcos e também nos prêmios. Um desses momentos mais "light" do festival veio com a palestra do ator canadense Ryan Reynolds, astro de Deadpool, que, embora muita gente não saiba, é também um marqueteiro de mão cheia.

Em uma palestra realizada para mais de 2 mil espectadores no principal auditório do Palácio dos Festivais, Reynolds falou sobre como a Maximum Effort, seu negócio de marketing, surgiu a partir da necessidade de promover aquele que seria o seu filme mais famoso.

O canadense contou à plateia de Cannes que tentou tirar do papel o projeto de Deadpool por aproximadamente dez anos. O filme, no entanto, acabou tendo um orçamento mais baixo do que produções semelhantes, e o astro sabia que precisaria fazer um esforço pessoal, além dos recursos do estúdio, para conseguir que a produção tivesse êxito. Resultado: uma campanha para lá de irreverente que transformou Deadpool em uma franquia.

A Maximum Effort, agência que o ator toca ao lado de um sócio, já realizou campanhas para a plataforma Match.com e para a marca de equipamentos de ginástica Peloton, entre outros clientes. "Nosso conceito é de que os anúncios podem ser divertidos", disse Reynolds. "Hoje, há muita burocracia nas marcas, e nós queremos fazer as coisas mais rápido."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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