Antes da Corrida Internacional de São Silvestre, a queniana Jemima Sumgong fez charme. Disse que seu histórico vitorioso em longas distâncias não lhe dava a certeza de bom resultado. O que se viu nas ruas de São Paulo na manhã desta sexta-feira, porém, foi ela ditando um ritmo fortíssimo, a ponto de vencer com o novo recorde da prova.
Sumgong correu a prova toda praticamente sozinha, depois de abrir folga já nos primeiros quilômetros. Mesmo debaixo de muito calor na manhã do último dia do ano e sem nenhuma rival por perto para incentivá-la a acelerar, a queniana completou os 15km da São Silvestre em 48min35s.
O resultado é impressionante porque supera em 0s13 o tempo feito pela também queniana Priscah Jeptoo em 2011. Naquele ano, porém, a prova teve largada na avenida Paulista e chegada no Obelisco do Ibirapuera. Aconteceu em descida, portanto.
Métrica mais justa com o tempo anotado por Sumgong é a comparação com o tempo das campeãs dos últimos três anos. Nancy Kipron completou em 51s58 em 2012, enquanto que a etíope Yimer Wude Ayalew marcou 50s43 em 2014 e 54s01 no ano passado. Em percurso semelhante – houve alterações em algumas ruas no centro -, a queniana foi quase seis minutos mais rápida do que a campeã de 2015.
Assim, ela fechou um 2016 praticamente perfeito. Jemima Sumgong tem 36 anos e abriu a temporada em abril vencendo a Maratona de Londres, uma das mais tradicionais do mundo. Depois, nos Jogos Olímpicos do Rio, quebrou um tabu histórico e deu ao Quênia seu primeiro ouro na maratona feminina.
Sumgong sobrou, mas a também queniana Flomena Cheyech Daniel também fez grande prova, completando com o tempo de 49min15s,muito mais rápida do que as campeãs recentes. O pódio ainda teve Eunice Cehbicii (50min26s), queniana que corre pelo Bahrein, a então atual bicampeã Ayalew (51min40s) e a também etíope Ester Chesang Kakuri (51min45s). A melhor brasileira foi Tatiele de Carvalho, representante do Brasil nos 10.000m do atletismo nos Jogos Olímpicos do Rio.