O queniano Asbel Kiprop confirmou nesta quinta-feira ter sido notificado de que um exame antidoping realizado por ele no fim do ano passado testou positivo. O medalhista de ouro nos Jogos de Pequim, em 2008, e tricampeão mundial nos 1500m, no entanto, negou ter usado qualquer substância proibida e alegou que foi extorquido.
Através de comunicado oficial divulgado por seus advogados, Kiprop deu sua versão do caso. O atleta disse ter recebido dirigentes responsáveis pelo controle de doping em sua casa, em Iten, no Quênia, em novembro do ano passado, para um teste fora do período de competições. Ele afirmou ainda ter sido extorquido por um destes dirigentes e realizado uma transação financeira através de seu celular ainda durante a visita.
“Eu continuo perplexo com como minha amostra inocente pode dar positivo no único momento em que tive dinheiro extorquido de mim. Não está além da minha suspeita que minha amostra virou positiva porque talvez eu não tenha enviado tanto dinheiro quanto esperavam que eu mandasse”, argumentou.
Kiprop explicou que foi informado do teste positivo ainda em fevereiro. Até o momento, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) não comentou as acusações do queniano.
Ainda não foi informado qual substância foi encontrada na amostra de Kiprop, mas o próprio atleta indicou que teria sido o hormônio EPO, estimulador de produção de células vermelhas no sangue. “Me disseram que o EPO é colocado no corpo através de injeção. A última vez que eu recebi uma injeção foi em 2014, quando fui vacinado contra a febre amarela”, lembrou.
Agente de Kiprop, o italiano Federico Rosa se disse “chocado” e considerou “muito, muito estranha” a acusação. Ele trabalha com outros quatro atletas quenianos de elite: Jemima Sumgong, Rita Jeptoo, Matthew Kisorio e Agatha Jeruto, todos recentemente punidos pelo uso de doping.