O presidente do Vasco, Alexandre Campello, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira para detalhar movimentações financeiras realizadas pelo clube após a venda do atacante Paulinho ao Bayer Leverkusen. O dirigente garantiu estar tranquilo para uma possível investigação sobre a ação e avaliou que os questionamentos do Conselho Fiscal do Vasco, presidido por Edmilson Valentim, são uma tentativa de desestabilizar a sua gestão.
Paulinho foi vendido pelo Vasco ao Bayer Leverkusen por 18,5 milhões de euros em 2018, em transação que, de acordo com Campello, totalizou R$ 76,7 milhões para o caixa do clube, já descontados os impostos. Parte desse valor – R$ 11,8 milhões -, porém, foi repassado ao empresário Carlos Leite.
Segundo Campello, o pagamento se deu por um acordo de empréstimo feito com o agente. O clube recebeu um adiantamento de Leite e, em contrapartida, se comprometeu a pagá-lo assim que o Vasco recebesse novos recursos financeiros. E isso ocorreu quando foi fechada a transferência de Paulinho para o futebol alemão.
“O Vasco fez um acordo com juros abaixo do mercado com o Carlos Leite e firmou o compromisso que o primeiro dinheiro que entrasse seria para pagá-lo. A primeira garantia seriam as cotas do Carioca de 2020, mas aí surgiu a possibilidade da venda do Paulinho”, explicou Leite, em entrevista coletiva.
Na semana passada, o Conselho Fiscal do Vasco havia enviado uma notificação extrajudicial para Campello solicitando a entrega de documentos para que fosse investigada a gestão financeira do clube em 2018. Além disso, o acusou de gestão temerária. O órgão também recomendou ao Conselho Deliberativo do Vasco que peça ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras e ao Banco Central para que investiguem a venda de Paulinho.