Os fãs brasileiros estão órfãos de pilotos na Fórmula 1 desde o final de 2017. Para especialistas no assunto, isso se deve à falta de categorias de base no País para a formação de novos talentos. A boa notícia é que essa deficiência está sendo combatida desde o início do ano e tem a coordenação de Gastão Fráguas Filho, campeão mundial de kart em 1995, que é o gestor da Fórmula 4 Brasil.
"O Brasil sempre foi celeiro de pilotos, mas nos últimos anos ficamos carentes por não termos uma categoria de base. Isso acabou refletindo na falta de um piloto brasileiro na Fórmula 1. O Brasil ficou para trás, meninos do kart não tinham para onde ir", disse Gastão, que foi convidado pela Vicar, a promotora da categoria, devido ao seu trabalho como gestor na carreira de pilotos desde 2002.
"A Vicar faz um trabalho muito bacana de apoio e investimento na Stock Car e desde o começo do ano também está com a F-4, criada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) em 2014. Uma categoria/academia com o poder de desenvolver novos pilotos. Trata-se de uma categoria completa, superprofissional e com os padrões exigidos pela FIA. É um trabalho desafiador, mas já é uma realidade."
Segundo Gastão, a F-4 é uma oportunidade única para o automobilismo nacional na formação e amadurecimento de pilotos que poderão dar passos maiores e ir para a Europa, Estados Unidos ou até mesmo para a Stock Car. "É um projeto a longo prazo. Não se formam grandes campeões da noite para o dia, mas precisamos aproveitar o embalo de pilotos que estão fazendo sucesso em categorias de formação como o Felipe Drugovich (campeão da F-2), Rafael Câmara, Caio Collet e Enzo Fittipaldi. Temos de saber usar este vento a favor para trazer mais apoio e empresas para nos ajudar."
A Fórmula 4 é considerada a transição entre o kart e as competições de fórmula. Os carros são menores e menos potentes, com possibilidade máxima de 250 km/h. E preparam o piloto de até 15 anos de idade para disputar campeonatos de F-3 e F-2, o caminho natural até a Fórmula 1.
O grid conta com 16 pilotos, que precisam desembolsar 100 mil euros (cerca de 519 mil reais) para disputar 18 corridas, divididas em seis finais de semana, sempre junto com as etapas da Stock Car, em quatro autódromos: Interlagos, Goiânia, Velo Città (Mogi Guaçu) e Brasília.
"É a F-4 mais barata do mundo. A partir deste ano, são carros da geração 2, com todo o equipamento importado. São carros mais seguros, modernos e alinhados com o que há de melhor no mundo, a exemplo do que ocorre na F-4 italiana, espanhola, inglesa…", disse Gastão. "Chegou o momento de o Brasil voltar a ser o país do automobilismo", completou.