O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 3, que é difícil imaginar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 2,0% este ano após as revisões para cima nas estimativas para a atividade econômica no primeiro trimestre. "As pessoas estão migrando para 2,0% e alguns já acima", pontuou.
Campos Neto frisou que o mercado tem sido surpreendido por revisões para cima do PIB já há algum tempo e que é importante entender o motivo disso. "Há todo um tema sobre qual é o produto potencial."
O presidente do Banco Central voltou a afirmar que o crescimento do PIB tem surpreendido também em grande parte do mundo e não só nos Estados Unidos. Na Europa, ele avalia que o desempenho do PIB tem sido mais fraco.
Mas ele voltou a citar que a inflação de serviços continua resiliente em quase todo o mundo, também não só nos EUA. No Brasil, esta parte da inflação também permanece resistente.
Campos Neto destacou que a economia norte-americana está bastante líquida, embora os juros já estejam altos no país há algum tempo. "Temos a taxa de juros alta nos Estados Unidos, mas vemos a economia pujante, o emprego forte, a produção industrial que caiu recuperou e os serviços subindo", disse. "Quando olhamos para as condições de liquidez da economia americana, mesmo com juros altos, a liquidez está lá."
O presidente do BC participou na manhã desta quarta-feira do 10º Brazil Investment Forum, organizado pelo Bradesco BBI, em São Paulo.