O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ressaltou nesta quinta-feira, 27, que a comunicação da autarquia tem sido compatível com a estratégia de não fornecer ao mercado um guidance, ou seja, uma sinalização sobre os próximos passos da política monetária. Nesse sentido, ele disse que um movimento de alta dos juros, como tem sido precificado pelo mercado, não faz parte do cenário-base do Banco Central.
Campos Neto participou nesta quinta da coletiva de imprensa de apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), quando também a diretoria do BC fez comentários sobre o decreto da meta de inflação contínua.
"A gente entende que a linguagem que foi adotada é muito compatível com não ter dado o <i>guidance</i> para o futuro neste momento", afirmou Campos Neto. "A gente está acompanhando o cenário, a gente enfatizou que a gente segue vigilante e houve uma preferência, vamos dizer assim, unânime por não dar <i>guidance</i> nesse momento."
Indagado sobre o assunto, Campos Neto disse que "não é o cenário-base" do BC voltar a aumentar a taxa Selic. "A comunicação não teve a intenção de passar uma mensagem de alta dos juros", afirmou, referindo-se à mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 10,50%.
O presidente do BC ainda disse que a diretoria teve um grande "espírito de equipe" na última decisão, tomada por unanimidade. Em maio, o Copom havia cortado a Selic em 0,25 ponto porcentual, mas quatro dos cinco diretores votaram por um corte maior, de 0,5 ponto.