O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 4, que os últimos nove meses, em função da pandemia do novo coronavírus, foram "emocionantes". "Houve momentos de tensão", afirmou, em relação ao enfrentamento da crise.
"O aprendizado na pandemia foi muito grande, porque passamos a usar instrumentos que não existiam", pontuou Campos Neto. Segundo ele, uma das consequências também foi a antecipação de projetos na área de tecnologia, como o do PIX – o sistema de pagamentos instantâneos, que estreia para o grande público em 16 de novembro. "Com a pandemia, decidimos acelerar ainda mais o PIX. Entendemos que a recuperação da crise se daria pela tecnologia", afirmou.
Campos Neto afirmou ainda que o lançamento do PIX não tem nenhuma relação com eventual retorno da CPMF – imposto que incide sobre transações financeiras e que eventualmente é citado como alternativa pelo governo de Jair Bolsonaro. "A CPMF, se existir, vai incidir sobre todas as transações, e não somente o PIX", disse. Campos Neto participou nesta noite de entrevista ao canal virtual "Me Poupe!".
<b>Inflação</b>
Para Campos Neto, existe a percepção atualmente de que inflação de curto prazo está subindo. De acordo com ele, porém, o movimento é temporário. "A meta do BC é de estabilidade de preços. A inflação é a meta principal", lembrou.
<b>Pix</b>
Roberto Campos afirmou que "ainda é cedo" para saber se o lançamento do PIX – o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos – representará o fim do mercado de maquininhas de cartão. "O mercado de pagamentos é enorme. É cedo para falar", afirmou.
Campos Neto afirmou que a preocupação do BC é que haja mais competição no mercado.