O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta sexta-feira, 11, que o objetivo da instituição é fazer um "pouso suave" no combate à inflação.
"Nosso objetivo é trazer a inflação para baixo, criando o mínimo possível de decréscimo em crescimento, emprego e crédito. Poucos países conseguiram trazer a inflação para baixo como o Brasil trouxe, com revisão de crescimento do PIB para cima, redução de desemprego e recuo pequeno no crédito", reiterou, em palestra na Associação Comercial do Paraná, em Curitiba.
<b>Luta contra inflação não acabou</b>
O presidente do Banco Central reafirmou que o Brasil é um dos poucos países que está dentro das bandas de suas metas de inflação para os próximos anos. Segundo ele, o mercado vê queda mais forte de juros em países que anteciparam aperto, como Brasil.
"Os países que fizeram um trabalho mais rápido e mais intenso são os países em que o mercado começa a enxergar uma queda de juros mais consistente, como o Brasil e o Chile", repetiu, em palestra na Associação Comercial do Paraná, em Curitiba.
Campos Neto repete a apresentação feita ontem no plenário do Senado e hoje pela manhã em outro evento em Curitiba. "Estamos em processo de desinflação, mas luta contra inflação não acabou. Queremos ter certeza de que vamos ter condições de estabilizar a inflação em nível baixo", voltou a alertar.
<b>Gasto público</b>
O presidente do Banco Central disse que, mesmo a aprovação do novo arcabouço fiscal, o crescimento do gasto público previsto no Brasil nos próximos anos é bem maior que a média da América Latina.
"Em 2023 o crescimento real da despesa no Brasil é de 7,5% contra 1% na América Latina. Para o período entre 2024 e 2028, está projetado para ter um (aumento de) gasto muito maior que a média do mundo emergente. Mesmo com o arcabouço fiscal, existe um desafio adicional para termos gastos em termos reais mais compatíveis com o resto do mundo", afirmou, em palestra na Associação Comercial do Paraná, em Curitiba.