O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou nesta terça-feira, 22, que, sem alimentos e energia, a inflação brasileira está na média dos países emergentes.
Para o presidente, há um choque "nunca antes visto" e, por isso, a inflação na energia "colocou o Brasil muito acima da média".
A inflação brasileira, disse o presidente do Banco Central, está sob "tanto quanto" a americana. O Brasil, disse o chefe da autoridade monetária, está com recuperação estável. "Brasil saiu na frente no ajuste monetário e tem sido reconhecido por isso", declarou o presidente.
Vários países, disse, ainda vão subir "bastante os juros": "Com exceção de Brasil e Rússia, demais países estão abaixo da taxa neutra."
<b>Fed</b>
O presidente do Banco Central afirmou que um movimento mais rápido de aperto monetário dos Estados Unidos ajudaria a combater a inflação em países emergentes. Apesar de dizer que não poderia comentar quais ações o Federal Reserve (Fed) deveria tomar, Campos Neto falou que um movimento mais rápido do banco central americano pode "afetar fluxos financeiros com impacto negativo para emergentes".
Os EUA, disse, vão conviver "com inflação mais alta durante um tempo", que será persistente e tem prazo para acabar. O que a autoridade monetária americana tem feito "tem relevância" e é usado pelo Banco Central brasileiro como <i>input</i> para modelos no Brasil.
O mundo emergente, disse, convive com inflação com maior frequência. "Investidores estão enxergando empresas que convivem melhor com inflação", afirmou. "Taxa de juros mais alta traz fluxos de dólares para o Brasil", falou o presidente do BC, completando: "A melhora no câmbio está ligada a movimento de rotação nos fluxos de investimentos."