O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira, 23, que, após o impacto nos preços de energia, a inflação voltou a cair no mundo, porém não de forma linear. "Em grande parte, a inflação cai, mas a linearidade não é igual", disse o presidente do BC.
As declarações foram dadas durante o evento "Reflexão sobre o cenário econômico brasileiro", organizado pelo <b>Estadão</b>, com apoio do <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), em parceria com o <i>B3 Bora Investir</i>, site de notícias e conteúdo educacional produzido pela Bolsa.
Ele observou que os preços de energia parecem ter se estabilizado depois do primeiro choque da guerra entre Israel e Hamas.
Campos Neto ponderou, contudo, que ainda existe incerteza sobre a escalada do conflito, com potencial efeito na cotação do petróleo.
O presidente do BC lembrou da discussão sobre desinflação adicional durante a última reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas destacou que ainda não está claro de onde está vindo a desinflação adicional do mundo desenvolvido.
Nesse ponto, ele descartou a possibilidade de a desinflação vir da cena fiscal nos Estados Unidos, que segue "solta", e tampouco do petróleo, dada a guerra na Ucrânia e o conflito em Israel.
Do lado dos alimentos, continuou, os preços devem ficar voláteis em função das alterações climáticas causadas pelo El Niño.