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Câncer do colo do útero pode atingir 34 mulheres em Guarulhos em 2018

Guarulhos poderá registrar 34 novos casos de câncer do colo do útero em 2018. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde e revelam ainda que, em 2016, 24 mulheres morreram com esse diagnóstico. Os números alertam para a necessidade de as mulheres realizarem o Papanicolau, um exame que – se feito com regularidade – pode detectar lesões e células pré-cancerígenas.
 
“O exame Papanicolau é simples e rápido e deve ser feito por todas as mulheres. A rede pública de saúde atende (faz o exame) preferencialmente nas mulheres com idades entre 25 e 60 anos”, explica a ginecologista e obstetra Márcia Pachiega Lanziere, que orienta que gestantes também realizem o exame. 
 
O Ministério da Saúde preconiza que pelo menos 60% das mulheres de Guarulhos façam o exame do Papanicolau por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), mas isso ainda não acontece. 
 
“Estamos buscando um salto de mais de 8% para alcançar metade dessas mulheres, para que elas façam exames no SUS, para isso estamos fazendo campanhas e estimulado as mulheres a realizarem o Papanicolau nas unidades básicas de saúde. Estamos abertos até aos sábados”, disse Reinaldo Trindade, membro do Departamento de Doenças Crônicas do município, durante encontro de mulheres promovido pela Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Guarulhos.
 
Como surge o câncer de colo de útero?
São vários os fatores que podem levar a um câncer de colo de útero e conhecê-los para evitá-los pode ser a maior arma de prevenção e combate ao câncer do colo do útero. Os fatores são a baixa imunidade, os fatores genéticos, o tabagismo, o número elevado de parceiros sexuais e infecções do vírus HPV. 
 
O vírus HPV é a sigla em inglês para papilomavírus humano; existem mais de 150 tipos diferentes desse vírus. Cerca de 40 deles podem infectar o trato ano-genital. “Se não tratado esse HPV poderá evoluir para lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca, por isso a importância do Papanicolau”, explica a médica, pontuando as possibilidades de tratamento destas lesões com crioterapia, laser, pequenas cirurgias e remédios a serem aplicados no local infectado. 
 
Márcia explica ainda que o HPV é um vírus silencioso, mas que ao evoluir, sem o diagnóstico e tratamento, pode apresentar sintomas como mal cheiro, sangramentos e dificuldade de  urinar. 
 
Vacinas contra HPV 
Existem vacinas profiláticas contra HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que estão comercialmente disponíveis. Na rede pública de Guarulhos, meninas e meninos com idades entre 9 e 13 anos podem ser vacinados acompanhados pelos pais; já portadores de HIV com idades entre 9 e 26 anos conseguem a vacina gratuitamente.
 
As vacinas que antes era oferecidas em três doses, hoje são aplicadas apenas em duas. “Acredito que o problema seja financeiro, porque a vacina é muito cara. Mas eu não posso garantir que a dose dupla garanta 100% de eficácia na prevenção ao HPV”, comentou a médica. 
Outros grupos etários podem dispor das vacinas em serviços privados, se indicado por seus médicos. O Ministério da Saúde indica a vacinação de meninas e meninos que ainda não iniciaram a vida sexual, uma vez que apresentam maior eficácia na proteção de indivíduos não expostos aos tipos virais presentes nas vacinas.
 
O órgão repassa, mensalmente as vacinas aos estados, conforme solicitação local. Os estados, por sua vez, são responsáveis por distribuir as doses aos municípios para garantir a vacinação da população.
 
“Vacinar seus filhos não é incentivar à prática do sexo. É incentivar a prática ao cuidado e prevenir o HPV que pode se tornar um câncer. Temos de vacinar para e proteger as próximas gerações”, disse a vereadora Janete Pietá (PT), presidente da Procuradoria Especial da Mulher, da Câmara Municipal.
 

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