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Candidatos cobram até R$ 7,5 mil por jantar

Na primeira eleição com a proibição de doações eleitorais de empresas para as campanhas, os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo organizam jantares, com altos preços, para aumentar a arrecadação. O convite mais caro até agora é para sentar à mesa de convidados da senadora Marta Suplicy (PMDB) – a refeição na residência de um casal de amigos da candidata custa R$ 7,5 mil.

Esse será o segundo evento gastronômico da peemedebista. No primeiro, realizado no dia 2 deste mês, a campanha reuniu 150 convidados, que pagaram R$ 5 mil cada de entrada. A arrecadação total foi de R$ 600 mil em apenas uma noite – o equivalente a 21% do total arrecadado até agora por Marta (R$ 2,7 milhões).

O jantar foi oferecido na casa do industrial Raul Saigh, no Jardim Europa. Ele é casado com Ieda, amiga de infância da senadora. “Foi um encontro mais íntimo. As pessoas puderam ter contato direto com a candidata”, disse o advogado José Pimentel, coordenador financeiro da campanha da peemedebista. Pimentel afirmou que informou a arrecadação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dentro do prazo de 72 horas. O valor das doações do jantar, porém, ainda não consta da prestação de contas.

Segundo o advogado, o valor arrecadado poderia ser ainda maior, uma vez que 30 pessoas não conseguiram registrar a doação por problemas de documentação. A entrada foi registrada como “cortesia”. “Estamos estudando a ideia de realizar um terceiro jantar antes do primeiro turno.”

O empresário João Doria, candidato do PSDB, também vai realizar, no dia 22 deste mês, em um hotel de luxo da capital, seu primeiro jantar de arrecadação ao preço de R$ 2,5 mil por convidado. O coordenador jurídico da campanha do tucano, Julio Semeghini, destacou que os jantares do PSDB em campanhas anteriores custavam, em média, R$ 1 mil. A campanha espera reunir 500 convidados no evento. Se a meta for atingida, Doria vai arrecadar R$ 1,2 milhão. Até o momento, ele já angariou R$ 2,8 milhões, sendo R$ 1,2 milhão doado pelo próprio candidato.

Semeghini negou que a intenção seja reunir empresários amigos de Doria e que integram o Lide, grupo de empresários criado pelo candidato. “Os partidos da coligação vão ajudar a vender os convites. A ideia é fazer um evento com amigos de vários partidos”, afirmou.

Prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT) realizará nesta quarta-feira, 14, seu primeiro jantar, em uma cantina da capital. O valor do convite é de R$ 5 mil, mas a campanha prefere não fazer estimativas sobre o número de participantes.

A deputada Luiza Erundina (PSOL) realizou até agora um jantar, mas ainda no período de pré-campanha. O valor cobrado foi de R$ 300 por convidado – cem presenças foram confirmadas no restaurante Porpetão, na Saúde, zona sul. Segundo Marcelo Aguirre, coordenador financeiro da campanha, não haverá outro evento do gênero. “Essa nova legislação encurtou demais a campanha.”

Sem-teto
Um protesto de aproximadamente dez moradores de rua ameaçados de despejo pela Prefeitura levou Haddad, em ato de campanha, a interromper um encontro com artistas na Praça Roosevelt. Munidos de faixas críticas ao prefeito, os manifestantes, que vivem sob um viaduto da Radial Leste, xingaram o petista de “higienista”. Eles protestavam contra um pedido de reintegração de posse feito pela Prefeitura que deve desabrigar as cerca de 300 pessoas do local. Haddad respondeu que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil classificaram a ocupação como área de risco e que todos moradores serão incluídos em programas municipais. Entre os artistas estavam o cartunista Laerte e as cineastas Laís Bodansky, Ana Muylaert, Tata Amaral e Marina Person. Haddad estava acompanhado da mulher, Ana Estela, e do ex-ministro da Cultura Juca Ferreira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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