Sem enfrentar filas, os candidatos ao governo do Amazonas, o senador Eduardo Braga (PMDB) e o atual líder majoritário José Melo (PROS), votaram em Manaus entre 9h20 e 9h38 (horário local) deste domingo, 26, e mantiveram o tom de acusações na última manifestação antes da divulgação do resultado do segundo turno destas eleições.
Acompanhado da esposa, Sandra Braga, e a vice Rebecca Garcia (PP), Braga chegou às 9h20 à Escola Estadual Marechal Hermes, zona oeste de Manaus, onde cumprimentou eleitores e votou. Muito gripado, ele disse que acompanhará o resultado no próprio escritório e foi um pouco mais ameno com o adversário em relação aos debates.
“Não é normal ver presos saindo de tirolesa dos presídios e o número atual de homicídios em Manaus, além de denúncias com supostos acordos com facção criminosa, o que terá de ser visto pelo próximo governador”, disse o senador, referindo-se à reportagem da Revista Veja do domingo anterior, que expõe áudio de conversa entre o subsecretário de Justiça de Melo e um traficante.
Após chegar por volta de 9h38 na Escola Estadual Ângelo Ramazzotti, zona centro-sul da capital amazonense, Melo se disse vítima de ataques e afirmou estar confiante na vitória. “Consegui me livrar de todas as tentações de entrar no jogo do outro candidato. Resisti e essa é a postura correta. Hoje vamos ver a verdadeira pesquisa e o direito de resposta do povo, que é o voto”, disse. Melo ainda acompanha o senador eleito Omar Aziz (PSD) ao voto antes de acompanhar os resultados da própria casa.
Santinhos
Mesmo mais limpas do que no primeiro turno das eleições, algumas ruas próximas a zonas eleitorais de Manaus amanheceram com santinhos espalhados pelo chão das calçadas neste domingo de segundo turno. A Prefeitura de Manaus gastou R$ 207 mil dos recursos públicos para limpar mais de 73 toneladas de lixo eleitoral no dia 5 de outubro.
Nas zonas norte e leste da cidade, antes mesmo de os portões das escolas abrirem, já era possível encontrar os santinhos espalhados pelo chão dos arredores de algumas escolas, ainda que numa quantidade muito inferior à verificado no primeiro turno.
O juiz responsável pela Fiscalização da Propaganda Eleitoral, Henrique Veiga, explicou que as provas recolhidas no local que foi sujo serão encaminhadas à Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias da Comarca de Manaus (Vemaqa) e ao Ministério Público Estadual. No primeiro turno, a sujeira eleitoral acumulada foi de quase 50% a mais que as eleições majoritárias de 2010, quando 50 toneladas de material eleitoral foram coletadas, segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulp).