Candidatos não eleitos de Guarulhos abocanham R$ 10,1 milhões de dinheiro público do Fundão

Candidatos diretamente ligados a Guarulhos, mas que não se elegeram nas eleições do último domingo, receberam R$ 10.191.887,81 de recursos provenientes do Fundo Partidário, conhecido como Fundão. As verbas púbicas abasteceram as campanhas da maior parte dos candidatos. Aqueles que tentaram uma vaga para deputado federal pegaram o total de R$ 5.072.583,52, enquanto os postulantes a um lugar na Assembleia levaram R$ 5.119.304,29.

Apenas Thiago Surfista (PSD) e Wilson Paiva (PDT), que disputaram uma vaga na Câmara Federal, além de Romildo Santos (PSD) para deputado estadual, abriram mão dos recursos.

Chama a atenção na lista que alguns candidatos que tiveram votação bastante baixa utilizaram recursos muito maiores que outros, com mais votos, e até eleitos. Fernanda Curti (PT), por exemplo, suplente de vereadora, teve R$ 1.336.771,48 de dinheiro público à disposição para sua campanha. Obteve 11.581 votos em Guarulhos.

Já Eli Correa Filho (UBR), o campeão em gastos de dinheiro público, não se reelegeu deputado federal, apesar de utilizar R$ 2.655.938,23 do Fundão. Obteve 9.466 votos no município. A vereadora Márcia Taschetti (PP) é outra que usou mais de um milhão de reais do fundo partidário, sem ter em contrapartida votos nas urnas. Ela recebeu R$ 1.133.000,00 para disputar o cargo de deputado estadual, mas obteve 6.928 votos na cidade.

Seu colega de Câmara, Laércio Sandes (UBR), que dobrou com o também derrotado Eli Correa, teve à disposição nada menos que R$ R$ 467.065,51 de dinheiro público, fora o que recebeu da iniciativa privada. No entanto, logrou 8.687 votos no município. O vereador Edmilson Souza (PSOL) teve R$ 666.646,87 e 14.488 votos. Já a vereadora Janete Pietá (PT) conquistou um número maior de votos – 42.306 – utilizando R$ 555.207,52.

Outro vereador que também utilizou os recursos públicos foi Lucas Sanches (PP), que teve 38.352 votos em Guarulhos, quase o mesmo número de Thiago Surfista 36.675, mas gastando bem mais. Enquanto o primeiro levou R$ 280.000,00 do Fundão, o outro não utilizou um centavo sequer.

Rômulo Ornellas (PT) usou R$ 230.570 do fundo eleitoral para ter 22.295 votos na cidade para deputado estadual. Já Leandro Dourado (PDT), que teve R$ 187.500,00 do Fundão, teve pouco mais de um quarto dos votos do colega de Câmara para federal. Foram apenas 6.278 votos em toda a cidade.