Atravessando período seco, o Sistema Cantareira sofreu mais uma queda e completou nesta terça-feira, 26, duas semanas sem registrar aumento no volume armazenado de água, segundo relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Com exceção do Alto Cotia, todos os outros mananciais responsáveis por abastecer a capital e Grande São Paulo também tiveram perda.
Segundo a Sabesp, o Cantareira opera com 65,7% da capacidade – 0,1 ponto porcentual a menos comparado ao dia anterior, quando os reservatórios do sistema registravam 65,8%. O índice, tradicionalmente divulgado pela Sabesp, considera no cálculo duas cotas de volume morto, que já deixaram de ser captadas, como se fossem volume útil do sistema.
Responsável por abastecer 7,4 milhões de paulistas, número ainda inferior ao do início da crise hídrica, o Cantareira registrou o último aumento no dia 12 de abril. Na ocasião, o nível do manancial avançou de 66,1% para 66,2%. Desde então, o volume de água represada caiu em cinco dias e se manteve estável nos demais.
Uma das razões para a sequência negativa é o período seco. Apesar de o mês estar perto do acabar, choveu apenas 0,9 milímetro em abril, enquanto a média histórica é de 88,7 mm para os 30 dias. Antes, o Cantareira chegou a ficar quase seis meses sem sofrer queda. Com a recuperação, o governador Geraldo Alckmin decretou o fim da crise hídrica em março e a Sabesp cancelou programas de economia de água de bônus para quem consumir menos e multa para os “gastões”.
O Cantareira também recuou no índice que desconsidera o volume morto do sistema. De acordo com o cálculo, o manancial está com 36,4% da capacidade, ante 36,5% no dia anterior. A queda foi de 0,1 ponto porcentual. No terceiro índice, a variação negativa foi a mesma e o sistema caiu de 50,9% para 50,8%.
Outros mananciais
Usado para socorrer o Cantareira durante a crise, o Guarapiranga caiu pelo 28º dia seguido e está com 79,7% do volume de água represada. O recuo foi de 0,5 ponto porcentual em relação ao dia anterior, quando registrava 80,2%.
Já o Alto Tietê caiu pelo nono dia. A perda de 0,1 ponto porcentual fez o nível do sistema descer de 40,6% para 40,5% – índice que considera um volume morto acrescentado ao cálculo em 2014.
O Rio Grande sofreu perda de 0,5 ponto porcentual e opera com 86,6%, contra 87,1% no dia anterior. Por sua vez, o Rio Claro caiu 0,4 ponto e está com 98,7%. O Alto Cotia permanece com 98,2% da capacidade.