O Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 5,4 milhões de habitantes da Grande São Paulo, registrou neste sábado sua segunda queda de volume no mês de junho, de 20,1% para 20,0% de sua capacidade, segundo o relatório diário divulgado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Todos os outros reservatórios operados pela companhia também registraram queda de volume, com exceção do Rio Claro, que recebeu chuvas de ontem para hoje e cujo nível subiu de 54,4% para 54,7%.
No Alto Tietê, o nível de água armazenada passou de 21,1% para 21,0%. A Represa Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, que hoje abastece 5,8 milhões de pessoas, mais uma vez teve redução no nível de água. O reservatório perdeu 0,3 ponto porcentual, para 77,4%. O Alto Cotia teve redução de 65,9% para 65,7%. No Sistema Rio Grande, braço da Represa Billings, o nível da água armazenada caiu de 90,6% para 90,4%.
Nesta semana, após quase dez meses em operação, as bombas usadas para captar água do volume morto na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, foram desligadas pela Sabesp. Pela primeira vez desde agosto de 2014, o nível do segundo principal reservatório do Sistema Cantareira ficou acima de zero, permitindo a retirada da água por gravidade pelo túnel para abastecer parte da Grande São Paulo.
Na prática, porém, o nível do manancial que ainda atende cerca de 5,2 milhões de pessoas só na região metropolitana continua negativo (-9,2%). Isso porque ainda existem outros 90 bilhões de litros de água do volume morto que não foram recuperados das Represas Jaguari-Jacareí, na região de Bragança Paulista. Juntas, respondem por 82% da capacidade total de armazenamento do Cantareira.
Tarifa
A Sabesp ainda enfrenta problemas para manter sua revisão tarifária concedida em abril. Em resposta à notícia de que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) entrou na Justiça com pedido de liminar contra o aumento de 15% da conta de água, a Sabesp informou que o reajuste extraordinário da tarifa foi aprovado dentro de um processo de discussão coordenado pela Arsesp, agência que regula os serviços prestados pela companhia, obedecendo a todos os preceitos legais.
“O reajuste foi autorizado devido à inflação acumulada no período (7,19%) e ao aumento do custo da energia elétrica, um dos insumos mais importantes para a distribuição de água. Essa alta foi de 40,92% entre 2014 e 2015”, diz a Sabesp.
Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a Sabesp e o governo do Estado deixaram de fazer obras nos últimos dez anos. “A sociedade não pode pagar o pato pela falta de água. Além do sacrifício pela falta de água, ela ainda tem que pagar preços absurdos por causa das falhas do governo do Estado e da Sabesp”, afirmou Skaf, em nota.