A palavra câncer ou neoplasia significa proliferação desordenada de células de qualquer tecido do organismo. O grande mal do câncer é a possibilidade de metástase, ou seja, quando as células tumorais penetram na corrente sanguínea e se multiplicam em outros órgãos.
O pulmão pode ser afetado, principalmente, pela presença de metástase originada de algum câncer em outro órgão, ou ainda pela presença de tumores primários pulmonares.
Os sintomas iniciais são tosse, dificuldade respiratória e apatia. Com a evolução pode-se notar ainda anorexia, emagrecimento progressivo, ruídos na respiração e acúmulo de líquido no interior do tórax.
O principal método utilizado na rotina clínica de pequenos animais para o diagnóstico de neoplasia pulmonar é o exame radiográfico. Essa avaliação, aliada ao histórico e ao exame físico, fornece fortes indícios da presença de neoplasia pulmonar, sem, no entanto, oferecer diagnóstico definitivo, o qual só pode ser feito por meio de avaliações citológicas (citologia) e/ou histológicas (biópsia).
Visto isso, vale ressaltar a necessidade da realização de biópsia de qualquer tipo de tumor retirado do animal, mesmo que seja na pele. O resultado mostrará o potencial de malignidade e, consequêntemente, o veterinário informará da possibilidade ou não da metástase pulmonar.
O tratamento é realizado, na maioria das vezes, com quimioterapia e cirurgia. A cirurgia para retirada do lobo pulmonar afetado já é feita no Brasil, principalmente, em hospitais veterinários. Entretanto, a quimioterapia ainda é a primeira escolha. O uso de radioterapia também já ocorre para o tratamento de determinadas neoplasias nos pequenos animais, entretanto o custo é elevado e a monitoração do animal durante o tratamento há de ser ainda maior que na quimioterapia.
Entre os efeitos colaterais da quimioterapia, observamos principalmente distúrbios gastrointestinais (diarreia e vômito), anemia e imunossupressão. Estes sintomas podem atrapalhar o andamento da quimioterapia, dependendo da resposta do animal à substância quimioterápica.
A prevenção é muito difícil quando se desconhece a causa, entretanto animais longe de cigarro, com dieta saudável e equilibrada, além de exercícios frequentes apresentam uma menor probabilidade em apresentar células cancerígenas pulmonares no futuro. Um diagnóstico precoce, o que nem sempre é possível, ainda mais se falando de tumores pulmonares, é a única maneira de se enfrentar a doença com chances em prolongar a vida do animal.
Rafael Claro Marques
(CRMV-SP 18.849) é médico veterinário e pós-graduado em Clínica Médica de Pequenos Animais
