Erasmo Carlos, na sabedoria e na clareza dos seus 30 anos, cantou: “Eu não quero mais conversa / Com quem não tem amor / Gente certa é gente aberta / Se o amor me chamar / Eu vou”. A música Gente Aberta, presente no disco clássico do Tremendão, chamado Carlos, Erasmo, de 1971, vinha em um outro contexto do País, mas ganhará um novo sentido neste fim de semana, no sábado e domingo, dias 3 e 4, no teatro do Sesc Pompeia, com o show Acorda, Amor! No palco, estarão as cantoras Maria Gadú, Liniker,Luedji Luna, Letrux e Xenia França, acompanhadas pela banda Voa.
E o nome do show é escrito assim, mesmo, com uma exclamação no fim. Como um grito, um pedido pelo amor dormente, esquecido em dias duros. “O mundo está maluco”, diz Roberta Martinelli, uma das diretoras artísticas do show especial – a apresentadora do programa Som a Pino, na Rádio Eldorado, do Cultura Livre, da TV Cultura, e colunista do Caderno 2, divide a função com Décio 7, baterista do grupo Bixiga 70. “O Brasil está no caminho que está. É um pedido de vamos acordar e fazer alguma coisa”, completa.
Foi Décio quem convocou Roberta para dividir a direção artística. O embrião de Acorda, Amor! veio antes disso, com a reunião dos músicos que formam a Voa, considerada um núcleo de criação. Além de Décio, formam a banda Guilherme Held (guitarra), Fábio Sá (baixo), Pipo Pegoraro (teclados e samplers) e Rômulo Nardes (percussão). “Tudo surgiu desse encontro deles”, diz Roberta.
Com a fundação musical já estabelecida, o Acorda, Amor! foi buscar vozes femininas que pudessem estabelecer esse grito. “São cinco mulheres fortes, cinco mulheres atuais, cinco mulheres intensas e cinco mulheres amorosas”, resume a diretora artística.
As vozes de Maria Gadú, Liniker,Luedji Luna, Letrux e Xenia França se debruçarão por canções escolhidas para elas, em um repertório que inclui o cancioneiro de artistas como Belchior, Caetano Veloso, Douglas Germano, Francisco, El Hombre e Jorge Mautner e Nelson Jacobina. Tudo “gente aberta”.
ACORDA, AMOR!
Sesc Pompeia.
Teatro. Rua Clélia, 93, telefone
3871-7700.
Sáb. (3), às 21h, e dom. (4), às 18h.
R$ 12 a R$ 40.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.