A capacidade global do setor aéreo sofreu uma redução de 59% na primeira semana de abril, impactada pela crise desencadeada pelo alcance do Covid-19. O encolhimento é três vezes superior à queda registrada no setor aéreo dos EUA após ataques terroristas em 11 de setembro de 2001, segundo análise da consultoria Oliver Wyman. O levantamento aponta que a crise no setor já é muito superior do que a turbulência de 2008, com o abalo econômico dos títulos subprime.
Na análise comparativa por região, a queda do setor é ainda mais acentuada na América Latina, com redução de 73% na malha aérea, na Europa com 74% e na Oceania com 70%. No Brasil particularmente, foram reduzidos 92% dos voos e 56% dos destinos, e hoje as três principais empresas aéreas (Azul, Gol e Latam) operam de maneira coordenada apenas uma malha considerada essencial para 46 destinos (27 capitais e 19 cidades) visando manter níveis mínimos de integração do país.
Diante da crise econômica decorrente do coronavírus e as restrições de voos, a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) estimou que o setor deve perder US$ 314 bilhões em receita em 2020, ou uma queda de 55% na receita total na comparação com 2019. Já a receita com passageiro por quilômetro (RPK) deve recuar 48% em 2020 na comparação com 2019.
Para a América Latina, a estimativa da Iata é de queda de US$ 18 bilhões na receita de passageiros por causa da pandemia e um recuo no RPK de 49%.